Marcos 6.45-51
1. INTRODUÇÃO
Em 1996, um dos filmes de maior bilheteria foi o norte-americano Twister, de Jan De Bont. O filme apresenta um grupo de cientistas tentando descobrir a origem dos tornados. Nos Estados Unidos acontecem mais de 1000 por ano, entre os meses de abril a junho. Eles se formam na região central do país, devido ao encontro das massas de ar frio vindas do Canadá, com as de ar quente, da região do Golfo do México.
O tornado é o mais destruidor dos fenômenos atmosféricos – nenhum deles libera tanta energia e é capaz de causar tantos danos e medo à pessoa. O tornado gira a uma velocidade maior do que a do furacão, podendo atingir até 450 km/h. Costuma durar de alguns segundos a 20 minutos e como atravessa regiões terrestres, causa grandes danos físicos e materiais.
Os furacões, conhecidos também como tufões ou ciclones são fenômenos que acontecem somente no mar. Aqui, no Brasil, o que chega ao litoral brasileiro é apenas a borda externa de um furacão, com ventos acima do 60 km/h, provocando ondas de até 6m de altura.
No nosso texto básico, encontramos os discípulos de Jesus enfrentando um furacão em alto mar. E esse acontecimento tem muito a nos ensinar.
2. A VIDA CRISTA E UMA VIAGEM PELO MAR
Como um símbolo espiritual, o navio representa a vida de uma pessoa, a velejar ou singrar através das dificuldades, sujeito às tempestades e à destruição, em busca de um destino ou um porto seguro.
Um hino evangélico tradicional diz: “Nas tormentas desta vida Perto está a perdição! Aos incautos navegantes Quem trará a salvação? Resplandeçam nossas luzes Através do escuro mar! Pois nas trevas do pecado Almas podem naufragar!”
No versículo 45, lemos: Logo, a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidáo. A expressão embarcar e passar adiante para o outro lado sugere-nos: que a vida cristã é como uma viagem de barco (Sl.107.23-30); que a vida cristã é sempre para frente ou seguir adiante (Fp 3.13-14); e que a vida cristã tem um destino seguro ou o outro lado (Hb 13.14).O termo compeliu indica que Jesus agiu rapidamente. Os discípulos receberam uma ordem, uma determinação em caráter de urgência. Precisamos entender que Jesus sempre nos conduz a provações a fim de produzir o nosso crescimento espiritual.
3. A VIDA CRISTÃ É UMA VIAGEM CHEIA DE DIFICULDADES
O texto (v 47-48) nos afirma o tempo: “ao cair da tarde”; o local: “no meio do mar”; a natureza do problema: dificuldade para remar, pois o vento lhes era contrário.
Algumas lições importantes podemos extrair destes versículos:
- As dificuldades sempre acontecem durante a noite. - As dificuldades acontecem sempre no “meio” ou após grandes milagres. - As dificuldades levam-nos a pensar que estamos sozinhos e que Jesus não se importa conosco. - As dificuldades para se remar ou ir adiante na vida cristã estão simbolizadas no texto pelo vento: o vento lhes era contrário. É fácil compreender como, na Bíblia, o vento é usado ilustrativamente para muitas ideias de natureza espiritual, pois embora invisível, seus efeitos são perceptíveis. Positivamente, as ações do Espírito Santo são ilustradas como a de um vento (Ez 37.9; Jo 3.8; At 2.2). Porém, o vento contrário ilustra:
- Os terrores que perseguem a alma humana (Jó 30.15). - As iniquidades cometidas pelo povo de Deus (Is 64.6). - As falsas doutrinas (Ef 4.14). - Os juízos de Deus (Is 27.8). - A maldição do pecado (Os 8.7). - As falsas esperanças (Os 12.1).
4. A VIDA CRISTÃ É MARCADA PELOS MILAGRES DE DEUS EM MEIO ÀS DIFICULDADES
O texto nos ensina que Deus reserva grandes surpresas para aqueles que lhe obedecem. Há ensinos preciosos acerca do cuidado de Jesus para com os seus filhos:
- Jesus ora ou intercede por nós (Jo 17 e Hb 7.25). - Jesus vê a nossa dificuldade (v 48; Ex 3.7-8). - Jesus vem ao nosso encontro (v 48). Ele vem andando por sobre o mar; Ele vem no tempo certo; ele vem apesar de não ser reconhecido. - Jesus revela a sua verdadeira identidade no meio da dificuldade (V.50). Sou Eu ou Eu sou (Ex 3.14; Dt 32.39; Is 41.4). - Jesus entra em nosso barco e a tempestade cessa (Mt 8.26).
5. CONCLUSÃO
Concluímos esta lição afirmando que navegar é preciso. Apesar dos ventos contrários, Deus está conosco. A sua presença é o nosso alento. Precisamos nos desvencilhar, porém, de tudo aquilo que impede o nosso avanço.
Moody conta a história de dois bêbados que à noite se encaminharam para o local onde tinham amarrado o barco. Embarcaram e começaram a remar. Remaram durante noite inteira, sempre abismados porque não chegavam ao outro lado da baía. Ao amanhecer descobriram que não tinham desamarrado o barco. É o que anda fazendo muita gente que se esforça para ir adiante na fé cristã e não conseguem, pois estão presos ao mundo e ao pecado.
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