A Faixa de Gaza vai recuperando pouco a pouco nesta quinta-feira suas atividades cotidianas, e seus habitantes já saem às ruas após o cessar-fogo que entrou em vigor na noite anterior - após oito dias de intensos bombardeios israelenses e lançamentos de foguetes por parte dos terroristas do Hamas.
O comércio abriu na capital, e só permaneciam fechadas as lojas que ficaram abertas até altas horas da noite, quando a cidade se encheu de moradores comemorando a trégua acertada entre Hamas e Israel. A polícia do Hamas também voltou às ruas, assim como homens armados e uniformizados de outros corpos de segurança vinculados ao movimento islamita.
De tempos em tempos, vans com insígnias do Hamas circulam pela cidade e divulgam em alto-falantes mensagens nacionalistas e de vitória pelo final da ofensiva israelense com uma trégua que impediu uma incursão por terra na faixa palestina. Apesar dos ânimos triunfalistas, também podem ser vistas cenas de destruição, com vários edifícios destruídos, janelas quebradas e escombros deixados pelos ataques aéreos.
Normalidade - Pela primeira vez em mais de uma semana, o trânsito que retornou à Cidade de Gaza, com os frequentes engarrafamentos. Outro sinal visível do retorno à normalidade é que várias crianças percorrem as ruas de bicicleta, algo impensável há menos de 24 horas na capital, quando seus habitantes se refugiavam como podiam dos bombardeios - cerca de 1.800 em uma escola administrada pela UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.
Já não se ouvia o constante sobrevoar de aviões israelenses não tripulados, permanente desde que começou a ofensiva israelense "Pilar Defensivo", em 14 de novembro. Antes de a trégua entrar em vigor, Israel bombardeou com intensidade a Faixa de Gaza, e as milícias lançaram foguetes contra território israelense. Até essa última escalada de violência, o balanço de vítimas fatais era de 162 palestinos e cinco israelenses.
Longo prazo - Apesar de ter sido comemorado dos dois lados, o cessar-fogo está longe de indicar uma trégua de longo prazo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O texto do acordo anunciado na quarta, por exemplo, dá margem a diferentes interpretações sobre o bloqueio israelense a Gaza, um ponto de extrema importância para as partes envolvidas, e sobre o próprio significado do cessar-fogo.
O documento, disponibilizado na íntegra pelo governo do Egito, estipula a "abertura dos postos de fronteira, facilitação da movimentação de pessoas e transferência de produtos". Enquanto autoridades palestinas comemoraram o "fim do bloqueio a Gaza", fontes israelenses sublinharam que Israel não encerraria o bloqueio, uma demonstração do descompasso entre as duas partes.
Fonte: Veja.abril
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