Considero, em minha modesta opinião, uma das mais belas pregações do evangelho aquela registrada nas Escrituras Sagradas, no Livro dos Atos dos Apóstolos em seu capítulo 17. Nessa passagem bíblica o Apóstolo Paulo se encontrava na cidade grega de Atenas, tendo sido levado a esse lugar por algumas pessoas, depois de encontrar forte oposição de grupos judeus à pregação do evangelho nas cidades de Tessalônica e Beréia (Atos, capítulo 17, versículos 1 a 15).
Atenas não era uma cidade comum. Devido a influência da cultura helênica, desde os tempos do conquistador Alexandre, era considerada a capital cultural do mundo antigo. Por essa razão as artes, a filosofia e a própria cultura greco-romana eram amplamente cultivadas. Incluindo, nesse contexto, os cultos aos ídolos, templos e sacrifícios pagãos. Daí podemos facilmente compreender a angústia e a comoção de Paulo, veja:
“E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.” (Atos, capítulo 17, versículo 16).
Cumprindo o seu chamado missionário, Paulo anunciou as boas novas aos atenienses, “de sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.” (Atos, capítulo 17, versículo 17). Essa postura chamou a atenção dos filósofos e demais cidadãos, que perguntavam entre si: “O que quer dizer este tagarela? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.” (Atos, capítulo 17, versículo 18). Essa curiosidade e o desejo de conhecer mais sobre a Palavra de Deus levou Paulo a discursar no Areópago, podendo assim falar a todos:
“E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: O que quer dizer este tagarela? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade). E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos. Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas. E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação. Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam. Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. E, como ouviram. falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. E assim Paulo saiu do meio deles.” (Atos, capítulo 17, versículos 18 a 33).
Os Epicureus eram pensadores, adeptos das idéias do filósofo Epicuro de Samos. Baseavam seu estilo de vida na busca da realização e felicidade pelo prazer. Hoje essa filosofia poderia muito bem ser descrita pelos ditos populares: “aproveite cada minuto de sua vida”; “seja feliz hoje, preocupe-se amanhã.” Já os estóicos tinham no filósofo grego Zenão de Cítio as regras de uma vida de abnegação e racionalidade. Seu pensamento poderia ser sintetizado pelas lições de Sêneca e Epiteto que enfatizavam: “A virtude é suficiente para a felicidade”.
Podemos, portanto, observar que diante de tamanhas diferenças das correntes filosóficas e das práticas culturais e religiosas daquela época, que o Apóstolo Paulo apresentou o Evangelho de Jesus Cristo, não como uma mera filosofia, ou opção alternativa aos pensamentos dominantes; mas, sim, como a única opção de salvação do ser humano, observe:
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam. Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (Atos, capítulo 17, versículos 30 e 31).
Vemos que Paulo também ensinou que a proximidade de Deus não se alcança por ídolos feitos de ouro, prata ou pedras esculpidas. Isso porque, embora os atenienses fossem cultos e receptivos as novidades, contudo não possuíam nenhuma informação acerca do DEUS DESCONHECIDO.
“Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.” (Atos, capítulo 17, versículo 29).
Atualmente, assim como aconteceu com Paulo em Atenas, muitas pessoas dirigem suas vidas dentro da cultura e das filosofias dominantes. Muitos pensam: Vivo para aproveitar o melhor dessa vida e ser feliz, não importam as demais coisas (síntese do pensamento epicurista). Outros podem dizer: Vou esforçar-me, renunciando ao conforto e o prazer, dedicando-me a caridade e a ajudar ao próximo (pensamento baseado na doutrina estóica). Todavia, independente do que você faça, sem Cristo em sua vida, tudo será nulo e não terá valor algum! Veja o que a Bíblia fala sobre isso:
“Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.” (Provérbios, capítulo 16, versículo 25).
“E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens. E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos, descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Evangelho de Lucas, capítulo 12, versículo 18 a 20).
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios, capítulo 2, versículos 8 e 9).
Da mesma forma como aconteceu a Paulo no areópago, muitos também desprezam a mensagem do Evangelho. Isso por acreditar mais no pensamento e na cultura dominante do que na Palavra de Salvação. Mas a Bíblia ensina que alguns creram:
“Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.” (Atos, capítulo 17, versículo 34).
Estes que acreditaram certamente puderam conhecer a Deus. Mas, e VOCÊ? De que lado você ficaria? Seguindo aqueles que acreditaram ou ignorando a mensagem de Jesus, preferindo as idéias e a cultura atuais. Você realmente deseja conhecer a Deus, ou ficaria entregue às supertições, apenas imaginando como seria o DEUS DESCONHECIDO?
Essa pergunta é tão atual como foi nos dias do Apóstolo Paulo em Atenas. Cabe a você respondê-la. Que a sua resposta lhe permita conhecer verdadeiramente a Deus.
Que DEUS te abençoe grandemente.
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