O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de fabricação caseira atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína refinada, mais cara e, por isso, de difícil acesso. Aos jovens atraídos pelo custo da droga juntaram-se usuários de cocaína injetável, que viram no crack uma opção com efeitos igualmente intensos, porém sem risco de contaminação pelo vírus da Aids, que se tornou epidemia na época.No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 e se disseminou inicialmente em São Paulo.
O vicio no crack tem destruído vidas de forma rápida e cruel. Como uma droga altamente viciante pode ter se tornado fácil e barata de adquirir, provocando verdadeiro caos social? Através dessa mistura de acessibilididade e conveniência, essa droga tornou-se a escolhida de muitos. Também a que mais dor, perda e sofrimento causa.Não é fácil para um viciado em crack retomar o controle de sua vida, mas é possível. O problema é que nem todos estão preparados para lidar com as causas e consequências do uso da droga, é o que afirma a psiquiatra Thereza Aquino:
“Calcula-se que hoje pelo menos 1, 2 milhão de pessoas usem crack no Brasil. A maioria jovens. A gente não está falando de usuários de uma droga. A gente está falando de uma geração. Acho que estamos despreparados. Estamos de calças curtas. A gente não sabe como lidar com isso”.Maria Thereza Aquino é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e durante 25 anos dirigiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad).
Das vias aéreas até o cérebro, a fumaça tóxica do crack causa um impacto devastador no organismo. As principais consequências físicas do consumo da droga incluem doenças pulmonares e cardíacas, sintomas digestivos e alterações na produção e captação de neurotransmissores. Veja no infográfico quais são os efeitos agudos e crônicos do uso da droga.
Sinais da Dependência
O usuário de crack apresenta mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. Um dos sintomas físicos mais comuns que ajudam a identificar o uso da droga é a redução drástica do apetite, que leva à perda de peso rápida e acentuada – em um mês de uso contínuo, o usuário pode emagrecer até 10 quilos. Fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico também são sintomas relacionados à perda de apetite.
É comum ainda que o usuário tenha insônia enquanto está sob o efeito do crack, assim como sonolência nos períodos sem a droga. “Os períodos utilizando a droga prolongam-se e os usuários começam a ficar períodos maiores fora de casa, gastando, em média, três dias e noites inteiros destinados ao consumo do crack. Neste contexto, atividades como alimentação, higiene pessoal e sono são completamente abandonadas, comprometendo gravemente o estado físico do usuário”, afirma o psiquiatra Felix Kessler.
Sinais físicos como queimaduras e bolhas no rosto, lábios, dedos e mãos podem ser sinais do uso da droga, em função da alta temperatura que a queima da pedra requer. “Também se notam em alguns casos sintomas como flatulência, diarréia, vômitos, olhos vermelhos, pupilas dilatadas, além de contrações musculares involuntárias e problemas na gengiva e nos dentes”, aponta Fátima Sudbrack, coordenadora do Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas (Prodequi) da Universidade de Brasília (UnB). Brasil.gov
Vida transtornada pelo crack
Luis Eduardo Fortes, 37 anos, Educador físico e empresário: em internação.
"Sou educador fisico, proprietário de duas escolas de futebol e professor em colégios privados em minha cidade, Cachoeira Paulista. Até os 35 anos, consumia alcool, maconha e cocaína. Um primo me apresentou o crack há dois anos, e desde então, me afundei. No começo, fumava esporadicamente. Pouco antes da internação, o uso já era diário. Não precisei roubar nem vender para comprar a droga, mas sei que se continuasse a consumi-la, teria que me livrar dos meus pertences. Perdi dois relacionamentos amorosos por causa do vicio; eu inventava que tinha que trabalhar, mas ia fumar. Várias vezes fui comprar droga chorando, sabendo que me fazia mal. Cheguei a ficar violento com minha família. Uma vez, meu pai escondeu meu carro na casa de meu irmão, porque achou que assim me ajudaria, dificultando meu acesso à droga. Eu disse a ele que já que eu não tinha o meu carro, ninguém mais teria: furei os pneus do carro dele e do carro de minha mãe. Certo dia prometi a mim mesmo que não usaria mais crack, mas não consegui. Então pedi ajuda a minha mãe. Mas não vim para internação voluntariamente, me pegaram de surpresa. Minha mãe disse que ia pagar uma pintura em minha casa e pediu para eu passar três dias na casa dela. No segundo dia que eu estava lá, apareceu a equipe de remoção. Na hora o meu sentimento foi de raiva. O sentimento durou uma semana.Eu vivia uma vida dupla. Apesar de nunca ter incentivado meus alunos a usar a droga, não era sincero ao dizer a eles que acredita que esporte é saúde. Agora posso explicar o mal que as drogas fazem."
Diego Oscar Cella, empresário: 3ª internação
"Minha vida ia bem, até o momento em que conheci o crack. Eu tinha sonhos. Abri uma empresa de terraplanagem e queria montar uma construtora. Depois que a droga entrou na minha vida, foram só perdas. No ano passado, em três meses, gastei 50.000 reais comprando pedras. Já tive seis acidentes de carro, dois de motos e dois princípios de overdose. Fui esfaqueado. Eu era cliente de um traficante e depois resolvi comprar de outro. quando me envolvi em uma briga por causa disso e quase fui morto.Consegui fugir com meu carro. Tentei para várias vezes e não consegui. Minha mãe tentava se aproximar de mim , mas eu fugia, queria ficar só no meu mundinho. Eu andava com pessoas totalmente diferentes de mim, só para ter companhia. Pagava para que elas estivessem ao meu lado. Muitas vezes elas me roubavam, mas eu não dava bola. Estou internado para desintoxicação há seis meses. Foi o melhor para mim. Nas minhas internações anteriores, eu voltava para rua e me perguntava: sou novo, vou ficar limpo por quê? Hoje vejo um motivo diferente: pretendo encontrar uma mulher e me casar."
Esses depoimentos foram concedidos a revista Veja no ano de 2009. considerando a larga incidência da droga nas periferias das cidades, entre a classe de baixo poder aquisitivo, inclui esses relatos no artigo em demonstração de que qualquer pessoa, mesmo os de condição social mais elevada e nível superior de graduação escolar, estão sujeitas ao vicio. Para atualizar as noticias sobre os depoentes, fiz uma busca no google sobre Diego e Luis Eduardo que na época, se encontravam em tratamento. Sobre o Luis Eduardo, nada encontrei, mas do Diego encontrei uma ocorrência policial em Chapecó Sc:
Hora: 15h40 min.
Dia: 15/05/2010
Local: Acesso Plínio Arlindo de Nes Bairro: Belvedere.
Fato: A Polícia Militar em rondas realizou a abordagem do veiculo VW GOLF, placas DGC2720 Xaxim - SC. Conduzido por Diego Oscar Cella, 28 anos. Durante busca pessoal realizada em DIEGO foi encontrado com o mesmo 03 pedras Crack e um cachimbo. Após foi lavrado TC em desfavor de DIEGO e após o veiculo foi removido ao pátio de apreensão por estar com falta de equipamentos de porte obrigatório .
Infelizmente o Diego parece ainda não ter conseguido se libertar do vicio. Em oração a Deus, peço pela vida desse, e de tantos outros jovens, para que consigam se livrar de uma vez por todas desse mal, em Nome de Jesus.
Tratamento Gratuito para dependentes
O índice de recuperação de viciados em crack ainda é muito baixo. Estatísticas apontam para 90% de recaídas e 10% de recuperação segura, sem retorno às drogas.
O Conselho Nacional Antidrogas, resolução nº 3/gsipr/ch/conad de 27 de Outubro de 2005, versa que o estado deve assegurar tratamento gratuito aos dependentes químicos:
2.1.1 O Estado deve estimular, garantir e promover ações para que a sociedade
(incluindo os usuários, dependentes, familiares e populações específicas), possa assumir com responsabilidade ética, o tratamento, a recuperação e a reinserção social, apoiada técnica e financeiramente, de forma descentralizada, pelos órgãos governamentais, nos níveis municipal.
Poucas famílias atentam para essa lei de Politica Sobre Drogas e por desconhecimento ou incredulidade, não fazem uso de um direito garantido. Gastam fortunas com clínicas particulares ou acompanham a morte progressiva do dependente com a sensação de total impotência para tratamento. Ficar a mercê do SUS, em si, já é uma penalidade, fato este que conduz o brasileiro a desistir desse meio de atendimento, afinal nem mesmo o próprio sistema único de Saúde se mostra conhecedor de que o viciado é um doente que precisa ser tratado. O dependente químico é excluído de planos de saúde e outros programas por ser considerado um transgressor, esse é um fato que dificulta o acesso a tratamentos gratuitos. Os obstáculos estão por toda parte a aumentar a angústia de quem convive com o vicio.
A Lei Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006, também assegura direitos de tratamento gratuito e reinserção social a usuários: Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
Parece existir uma grande distância entre teoria e prática no Brasil, é só olhar para as cracolândias da morte para perceber que quem é usuário de droga está abandonado pelo estado, totalmente ao relento. Talvez a retórica verdadeira seja: " só tem direito quem luta por cumprir a lei e não uma simples luta, mas uma batalha contra grandes opositores".
Além da exposição das leis de politica sobre drogas no Brasil, deixo para quem interessar, a relação de clínicas ligadas a instituições religiosas cristãs em todo o Brasil. Encontrei um site que se dedicou a relacionar cada uma delas : Relação de Clínicas para drogados ligadas a igrejas cristãs.
Jesus me libertou do Crack
"Aquele pois que o Filho libertar, verdadeiramente será livre" Jo 8:36
A libertação através da fé em Jesus é uma realidade que contabiliza resgates definitivos do mundo das trevas para o Reino da Luz. Jesus libertou um endemoninhado na cidade de Gadara que andava como louco pelos montes, se alimentando de fezes de porco. Um homem que as pessoas olhavam e desprezavam, que julgavam sem futuro, sem retorno à vida social. Contudo, Jesus olhou para ele de uma maneira especial e o transformou. Jesus nunca mudou, continua o mesmo e recebe à todos os que o buscam em espírito e em verdade.
Tive o cuidado de procurar o testemunho de alguém que foi liberto do vicio e permanece firme na decisão. Encontrei dois vídeos do Eduardo Arakaki, um do ano de 2009 e outro mais recente de Maio de 2011, esse que você pode assistir agora.
Muitos ministérios estão atualmente envolvidos na missão de resgatar as preciosas vidas por quem Jesus morreu e que se encontram escravizadas nas mãos do inimigo. Só mesmo o amor inigualável de Jesus no coração dos homens para vencer o inferno produzido pelas drogas. Só Jesus para manter sóbrio os corações e adestradas as mãos na batalha contra as potestades do mal: "para que ao Nome de JESUS se dobre todo joelho no Céu, na terra e nos infernos." Fl. 2,10.
Deus nos abençoe .
Todas as fontes estão como links no artigo.
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