domingo, 25 de março de 2012

Janelas da Mudança.

Janelas

Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que fizera na arca (Gênesis 8:6)

Um tema que me chamou atenção essa semana diz respeito às janelas. Elas aparecem por toda a Bíblia. Foi por uma janela que Noé viu os primeiros raios de sol após um dilúvio de 40 dias

Ela (Raabe), então, os fez descer por uma corda pela janela, porque a casa em que residia estava sobre o muro da cidade. (Josué 2:15)

se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo teu pai, e tua mãe, e teus irmãos, e a toda a família de teu pai. (Josué 2:18)

Em uma janela os homens que estavam espionando a cidade de Jericó foram descidos por uma corda por Raabe. Nessa mesma janela Raabe prendeu um pano vermelho para que ela e sua família fossem poupados quando Josué chegasse

A mãe de Sísera olhava pela janela e exclamava pela grade: Por que tarda em vir o seu carro? Por que se demoram os passos dos seus cavalos? (Juízes 5:28)

Foi também por uma janela que a mãe de Sísera lamentou a demora do seu filho; sem saber que ele havia sido morto.

Então, Mical desceu Davi por uma janela; e ele se foi, fugiu e escapou. (I Samuel 19:12)

Ao entrar a arca do SENHOR na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração. (II Samuel 6:16)

Perseguido por Saul, Davi fugiu por uma janela, ajudado por Mical sua esposa. Nessa mesma janela, Mical viu Davi saltando e dançando diante da arca do Senhor e fez pouco caso dele.

Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer. (Daniel 6:10)

Foi através de uma janela que os inimigos de Daniel o viram orando ao Senhor três vezes ao dia o denunciaram ao rei.

mas, num grande cesto, me (Paulo) desceram por uma janela da muralha abaixo, e assim me livrei das suas mãos.(II Coríntios 11:33)

O apóstolo Paulo conta que Damasco livrou-se de ser preso através de uma janela, por onde ele foi descido por um corda.

Um jovem, chamado Êutico, que estava sentado numa janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo e foi levantado morto. (Atos 20:9)

E por último, o inusitado caso de Êutico, um jovem que ouvia a pregação do apóstolo Paulo de uma janela no terceiro andar e lá por volta da meia noite dormiu, caiu da janela e morreu.

As janelas parecem não significar nada, mas fizeram parte das grandes narrativas da Bíblia, testemunha de muitos acontecimentos que marcaram o povo de Deus.

As janelas são curiosas, porque nos permitem olhar para além dos limites em que estamos, a enxergar tanto o mundo lá fora, quanto o interior de onde estamos e também de quem somos.

Outro tema que tem chamado a minha atenção é a Criação do universo. Porque Deus não criou o universo de uma vez só? Ele poderia, num estalar de dedos, fazer surgir tudo o que estava em sua mente. Sem “perda de tempo”, sem tem que esperar nada, bem ao gosto da nossa cultura fast food.

Ao invés disso, Ele que não está sujeito ao tempo, criou o mundo em etapas, em partes. Penso que há sabedoria nisso.

Ao criar o mundo em etapas, Deus que não teve começo nem fim e que encerrou sua criação sob o tempo nos deixou como legado começos, fins e recomeços. É mais ou menos assim: começa o primeiro dia... Termina o primeiro dia, começa o segundo dia... Termina o segundo dia e assim por diante. Todos eles com manhãs e tardes, que também começam e terminam. É assim no Gênesis, o livro dos começos.

Hoje mais um ano termina, mais um ano vai começar! E quando isso acontece, abre-se uma janela. Uma janela de mudança. Uma janela da qual todos precisamos desesperadamente e sem a qual a transformação que Deus deseja fazer em nós jamais acontecerá. Na verdade é graças aos fins e aos recomeços que podemos mudar a direção da vida.

Final de ano é sempre assim, cheio de promessas de coisas novas, e o desejo de recomeçar. Vou para de beber, vou parar de fumar, vou fazer exercício, vou estudar mais, vou quebrar o cartão de crédito, vou fazer as pazes com aquele parente chato, vou sair mais com os meus filhos, vou tentar mais uma vez salvar meu casamento, vou ler mais (um livro por mês), vou dizer um basta para os abusos do chefe, vou ter coragem para demitir o funcionário relapso... Enfim, esse ano vai ser diferente!

O início de 2007 abre à sua frente uma janela de mudança. O que você deseja mudar? O que você realmente gostaria que fosse diferente?

Hoje à noite, véspera de um novo ano, eu gostaria de lhe desafiar a mudar três coisas em sua vida. Não que o desejo de mudança que está agora em sua mente não seja legítimo e necessário. Mas eu quero lhe desafiar a aproveitar a janela de mudança que Deus tem colocado à sua frente nesse final e início de ano para mudar coisas essenciais:

(1) A maneira como você vê Deus;
(2) A imagem que você tem de si mesmo;
(3) A forma do seu relacionamento com Ele.

O ponto de partida é como você enxerga Deus. Como você o descreveria? A quem você o compararia?

Há pessoas que vêem Deus como um carrasco, pronto a desferir um castigo sobre suas vidas. Pra essas pessoas, Deus tem numa das mãos um caderneta onde Ele anota todos os nossos erros e na outra um chicote pronto a açoitar os pecadores. 

Quem enxerga Deus dessa maneira, vê a si mesmo com um sofredor nas mãos de um Deus exigente, alguém que precisar se esforçar para pagar sua dívida com Deus afim de não ser castigado. 

E quando essas são as imagens que temos de Deus e de nós mesmos, nosso relacionamento com Ele acontece na base do medo.

Há outras pessoas que vêem Deus como um Rei velhinhosenil, de bengala na mão, esquecendo as coisas e sem capacidade para entender os problemas do (nosso) mundo. Para essas pessoas, Deus precisa ser ajudado, E precisa de conselho porque já não está assim com essa bola toda. 

Quem olha para Deus e enxerga o Rei velhinho, (com poder, mas senil), olha pra si mesmo e vê um super-homem, uma super-mulher, capaz de solucionar os problemas do resto do mundo. 

E aí é inevitável. Quando Deus é um rei senil e nós somos super-seres-humanos, nosso relacionamento com Ele é na base da manipulação.

Há pessoas que guardam em suas mentes a idéia de Deus como um criador relapso, que depois de criar abandonou sua criação à própria sorte. Um Deus displicente que não se importa com o sofrimento humano. Para essas pessoas, Deus não merece crédito. 

Por isso, elas vêem a si mesmas como auto-suficientes e como perda de tempo voltar qualquer parte de suas vidas em direção a Deus. 

São pessoas que se tornaram indiferentes em seu relacionamento com Deus: Ele não me incomoda e eu não o incomodo.

Como você vê Deus?
Como você vê a si mesmo?
Como você se relaciona com Deus?

Hoje, último dia do ano, abre-se uma janela de mudança pra você!

Para aproveitar essa janela de final de ano e mudar sua imagem a respeito de Deus, nada melhor que conhecer o que a Bíblia fala sobre Ele. A Bíblia está repleta de descrições a respeito de Deus e do seu caráter.

Ele é o Criador e também o noivo que ama sua noiva (a igreja); ele é um general na guerra e um Rei sobre o seu povo; Ele é juiz que julga com retidão e o pastor que cuida das ovelhas; Ele é protege como um escudo e sacia a sede como uma fonte de água. Ele é o agricultor que cuida da sua plantação

Jesus, no entanto, nos ensina que Deus é como um pai. Foi assim que ele nos ensinou a orar: Pai nosso que estás nos céus... Entre pais e filhos há um relacionamento indissolúvel. Um relacionamento de proximidade que nunca deixará de existir, aconteça o que acontecer.

Nossos pais talvez não foram exemplo em tudo, tiveram suas falhas; nós também não somos tão bons pais como gostaríamos. Por isso precisamos saber que tipo de pai é Deus.

Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso pai celeste sabe que necessitais de todas elas (Mateus 6:32)

Deus é um pai que conhece nossas necessidades. Ele não é um pai desligado, que precisa ser avisado todos os dias do que precisamos. Ele também sabe fazer a diferença entre o que precisamos e o que desejamos e não se deixa manipular.

Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso pai. (Lucas 6:36)

Deus não retribui na medida no nosso merecimento. Ele é misericordioso. Muita gente acha que tem recebido de Deus muito menos do que merece. A Bíblia diz que temos recebido muito mais, porque o justo pagamento pelo nosso pecado seria a separação eterna de Deus. Em vez disso ele nos oferece vida

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. (João 4:23)

Deus se agrada com adoração de verdade. Não é apenas cantar, tocar um instrumento ou levantar as mãos (isso também!), mas, sobretudo viver vida digna, honesta e condizente com o caráter de Cristo.

Porque assim como o pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. (João 5:26)

Deus não depende da sua criação. Ele é a fonte da vida. Deus existe independente da nossa existência. Porque Ele é Deus de todo o universo, não apenas da raça humana. Toda a existência, toda a vida emana dele. Isso quer dizer que fora dele só há morte. Mais perto de Deus, mais vida; longe de Deus, morte.

De fato, a vontade de meu pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:40)

Deus não tem prazer em ficar longe da sua criação. A vontade dele é que todos vivam ao seu lado e sejam salvos da morte. O caminho para isso é a fé no Filho de Deus.

Na casa de meu pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. (João 14:2)

Deus é um pai provedor. Ele tem casa preparada para todos. Não é conto de fada, não é mitologia, nem conversa pra boi dormir. Não depende de mim, nem de você acreditar. Mas a verdade é que Deus tem lugar preparado para todos os que o amam e o buscam.

(6) porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. (7) É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? (Hebreus 12:6 – 7)

Deus não deixa seus filhos sem correção. Deus nunca se deixou levar pela psicologia que afirmava não haver necessidade de disciplinar os filhos. Ele sempre fez e ainda faz isso. Sua disciplina nasce do seu amor por nós. Ainda que cause dor e tristeza por um momento, Ele nos corrige para que o caráter de Cristo seja formado em nós.

Bendito seja o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! (II Coríntios 1:3)

Ele é o Deus que consola. Carrascos não consolam, reis senis não consolam, criadores relapsos não consolam. Mas o Pai Amoroso consola. Seu Espírito é chamado de Consolador, porque ele tem prazer em vir ao encontro dos nossos medos e inquietações.

Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso pai celeste. (Mateus 5:48)

Ele não é como os nossos pais foram, nem tampouco como nós somos. Ele é perfeito. Por isso podemos confiar!

Com quem é a sua comunhão? É com o Deus da Bíblia? Hoje muitas pessoas têm inventado seu próprio Deus. Digo inventado porque falam de um Deus diferente do Deus da Bíblia.

O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o pai e com seu Filho, Jesus Cristo. (I João 1:3)

Para ver a Deus como esse pai amoroso, é preciso chegar-se a Ele através de Jesus Cristo, por isso muitos não conhecem o Deus da Bíblia como Pai: porque não têm comunhão com o Filho.

Quando Deus é carrasco, nós somos vítimas; quando Deus é um rei senil, nós é que somos os conselheiros dele; quando Deus é um criador relapso, nós criatura abandonadas; mas quando Deus é pai amoroso, nós somos filhos amados. É isso que a Bíblia diz sobre Deus e sobre todos os que um dia compreenderam a terrível situação do ser humano sem Deus e correram para os braços de Cristo.

Quando Deus é pai amoroso e nós filhos amados, nosso relacionamento com Ele passa a ser de confiança. Sabemos que ele nunca nos abandonará e que deseja nos dar vida abundante, agora e por toda eternidade.

Hoje é dia de aproveitar a janela de mudança. É dia de mudar seus conceitos sobre Deus, sobre você mesmo, e sobre seu relacionamento com Ele. Em 2002, aceite o desafio de aprender na prática, no seu viver diário, sobre o caráter do Deus da Bíblia. Reconheça o grande amor dele revelado em Jesus Cristo e confie. Como uma criança que pula sem medo para os braços do pai, entregue cada dia desse novo ano aos cuidados do Pai. Ele não vai decepcioná-lo.

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