Todos os dias tomamos diversas decisões em nossas vidas. Toda decisão por uma determinada opção em detrimento de outra acontece com base em nosso conjunto de crenças e valores do que pensamos ser certo, ou errado. A isso chamamos de ética. A palavra “ética” vem do grego ethos que significa modo de ser, caráter, comportamento e inclui hábitos, costumes e práticas.
A ética não nos faz entrar no reino de Deus, mas o reino apresenta uma ética própria e bem definida. Dentre muitos padrões éticos exigidos na Bíblia, Jesus apresenta um resumo que nos ajuda a entender os fundamentos da ética do reino de Deus: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças. Ame os outros como você ama a você mesmo” (Marcos 12.30-31 – NTLH). Vamos entender três pilares da ética do reino:
1.A ética para com Deus –
Aqui está o comportamento mais importante apresentado por Jesus recitando o Pentateuco (Deuteronômio 6.5). O comportamento citado é de amarmos o Senhor com tudo o que temos e somos em primeiro lugar. De fato, o temor ao Senhor é o princípio de toda a sabedoria para se viver (Jó 28.28; Salmo 111.10; Salmo 112.1; Provérbios 1.7; 9.10; Eclesiastes 12.13). Sem o comportamento correto diante de Deus jamais teremos o comportamento correto perante o outro e em relação a nós mesmos. A ética para com Deus nos faz agir com ética para com tudo o que ele criou, quer sejam pessoas ou toda a natureza.
2.A ética para comigo mesmo –
De um lado, vemos muitas pessoas que não se amam, não se cuidam, agridem-se a si mesmas com palavras ou fisicamente. Em extremos, recusam cuidarem de si mesmas até nos aspectos mais elementares de higiene e aparência. Por outro lado, vemos muitas pessoas que se cuidam com tanta intensidade como se fossem os únicos seres humanos sobre a face da terra. Vão ao extremo da vaidade e da busca insaciável da estética e do bem-estar. Mas, amor próprio, segundo a ética do reino, deve ser equilibrado. O primeiro fundamento para o equilíbrio do amor próprio está na compreensão e aceitação do grande amor que o Pai Celestial tem por mim (João 15.16; 1 João 4.10 e 19). Quando entendemos a profundidade do amor do Senhor por nós somos libertos de todo desamor próprio. O outro fundamento é que devo amar a mim mesmo na mesma intensidade que amo ao próximo. Quando compreendemos que a ética do reino inclui o outro no mesmo nível que o amor próprio, somos libertos de uma vida egoísta, hedonista e utilitária em relação aos outros. Jesus teve uma profunda ética para consigo mesmo, pois amou o mundo ao ponto de entregar-se, mas o fez por pura obediência e confiança no grande amor do Pai (Mateus 3.17; Lucas 22.42; Hebreus 5.7-8).
3.A ética para com o outro –
As relações sociais são muito desafiadoras para o comportamento ético. Olhando do ponto de vista da atitude passiva, implica em não fazer ao outro o que não gostaríamos que o outro fizesse conosco. Sob o prisma da atitude pró-ativa, significa fazer ao outro o que queremos que o outro faça a nós (Mateus 7.12). Alguns verbos são tão poderosos quanto desafiadores: perdoar, ouvir, tolerar, apreciar, suportar, abençoar, respeitar, submeter-se, compartilhar, dentre muitos outros. Na verdade, inúmeros são os textos bíblicos que trazem o padrão ético do reino de Deus para nosso comportamento em relação às outras pessoas (Atos 4.32; Romanos 15.1; 1 Coríntios 13.7; Gálatas 6.2; Efésios 4.2,3; 5.1-2; Filipenses 2.3; 1 Tessalonicenses 5.14; 2 Timóteo 2.24-26; Tito 3.2). Tudo isso e muito mais foi vivido por Cristo.
A maior revelação do padrão ético do reino de Deus pode ser vista e estudada na vida de Jesus. Uma pergunta muito simples que poderia nos ajudar a encontrar o comportamento ideal em cada circunstância, segundo a ética do reino de Deus, seria: em meu lugar que faria Jesus?
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