Na
lição anterior estudamos sobre a graça de Jesus Cristo - o Seu amor
concretizado em ações.
Estas ações envolveram intenso sacrifício e dor de Sua parte,
para que tivéssemos vida em abundância e comunhão eterna com nosso Criador. A
imensidão desta graça torna-se mais evidente quando estudamos a autoridade e o
poder de Cristo, quando verificamos a Sua majestade, que é o assunto da nossa
lição de hoje.
Jesus
Cristo possui toda autoridade no céu e na terra. Esta autoridade é intrínseca à
Sua divindade, isto é, ela é uma característica própria de Sua pessoa divina.
Ele também a possui delegada por Deus Pai, em função de Sua atividade como
Redentor.
A
autoridade que Cristo demonstrou na terra é bem diferente daquela que os homens
procuram. Ela era a essência da verdade e da dignidade, sem demagogia, sem
espetacularidades, sem falso alarde, sem injustiça, sem acato à bajulação dos
homens. Jesus não foi místico doentio, não foi impostor ridículo, não foi
fanático inculto, não foi mestre por conta própria, nem enganador de multidões.
Ele é o Senhor dos Senhores, o Mestre dos mestres, e exercitou Sua autoridade
até no entregar de sua vida, para que cumprisse a Sua missão e retornasse em
glória à direita do Pai.
A
maravilha é constatarmos que Ele nos delega esta autoridade na transmissão de
Sua mensagem. Falamos com a autoridade de Cristo na pregação de suas verdades.
A
autoridade da Mensagem
A
autoridade era reconhecida naturalmente pelos ouvintes. Mateus 7: 28-29 nos diz
que as multidões "ficavam maravilhadas da Sua doutrina, porque Ele as
ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas".
A
mensagem era diferente das que estavam acostumados a ouvir. Claramente trazia a
autoridade divina. Ela era:
Original.
Os
"mestres" da época haviam se transformado em "máquinas de
repetir". Havia as vãs repetições. Cristo resgatou a capacidade de pensar
dos Seus ouvintes. Seus ensinamentos por parábolas providenciavam a
oportunidade ímpar deles meditarem no que ouviam, de irem armazenando os
ensinamentos, de verem na prática as peças se encaixando, de aprenderem
verdades espirituais que haviam sido sufocadas pela tradição.
Coerente.
Sua
mensagem não apresentava contradição, mas uma continuidade aos ensinamentos
dados por Deus aos autores que, pela inspiração do Espírito Santo de Deus,
escreveram o Velho Testamento. Jesus Cristo apresentava a coerência a esta
mensagem do Velho Testamento, sendo a Sua própria vida o cumprimento de todas
as profecias relacionadas com o Messias esperado.
Pertinente.
Falava
francamente aos pecados e aos pecadores. com sensibilidade e perspicácia, não
fechava os olhos para os problemas, mas apresentava a solução divina para
estes. Neste sentido ela contrastava com o ensinamento dos Rabinos da época,
que viviam se preocupando em legislar coisas triviais da vida, com pouca ou
nenhuma aplicação prática. Cumpria-se pelo cumprir, sem sentido maior ou
fundamentação na Palavra de Deus. Era a velha tendência humana de ter a
tradição suplantando a revelação.
Reveladora.
não
contradizia ou abolia a lei moral de Deus, mas era esclarecedora da verdadeira
interpretação e do verdadeiro sentido. O Espírito da Lei fluía das palavras
iluminadas de Jesus, aplicando os requerimentos morais de Deus ao homem, ao
mesmo tempo em que estabelecia a salvação pela graça, única e exclusivamente
como fruto do amor de Deus pelos Seus, e não pelos méritos de qualquer homem.
Além disso, Jesus Cristo revelou como nenhum outro, três doutrinas
fundamentais:
a
Pessoa de Deus Pai e características de Sua natureza, no contexto da Trindade.
a
doutrina do Reino dos Céus, mostrando o caráter eterno e espiritual deste,
constituído por todos os chamados por Deus em Seu Filho Jesus.
o
trabalho real do Messias, em toda a Sua vida de serviço, de sofrimento e de
vitória sobre a morte.
A
autoridade da Pessoa
João
13:3 nos diz que "tudo confiou" nas mãos de Jesus Cristo, sendo Ele o
nosso Senhor e Mestre (verso 13). Assim sendo, Ele tem "autoridade sobre
toda a carne" (Jo 17:2).
Com
efeito, Jesus Cristo abriu mão da expressão total de Sua glória aqui na terra
(Fl 2:7), mas nunca de Sua autoridade e poder.
Ele
é a expressão do Pai, tendo portanto, poder sobre tudo e sobre todos (Mt
11:27), com a autoridade inclusive, de perdoar os pecados dos homens e de
realizar maravilhas (Mt 9:6) em Seu ministério.
Colossensses
2:9,10 afirma que "nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade"e "Ele é o cabeça de todo o principado e potestade".
Esta
afirmação nos ensina:
que
Cristo é Deus - pois possui a plenitude da divindade.
que
Cristo é Deus eterno - pois esta plenitude nEle habita, isto é, reside, mora,
existe, de natureza e de fato. Não é algo agregado posteriormente, mas faz
parte de Sua essência eterna.
que
Cristo é Deus eterno encarnado - pois esta plenitude habita nEle corporalmente.
Jesus Cristo revelou-se divino em Sua encarnação.
Ele
é Deus: antes da encarnação, durante a encarnação e depois da encarnação. Esta
é a essência da Sua autoridade e base de nossa segurança, na certeza, dada pelo
Espírito Santo, de que nossa salvação é real e de que nossa vitória final está
assegurada, pois cremos no Deus Pai vivo e verdadeiro, soberano nos céus, e no
Seu Filho Jesus, por quem fomos resgatados da maldição do pecado.
A
autoridade aos seguidores
Uma
das maravilhosas verdades do plano de Deus, é o fato de que ele delega parte
dessa autoridade de Jesus aos Seus seguidores. O aspecto da autoridade delegada
é o de transmitir a mensagem fiel das boas novas com ousadia e poder. Quando
transmitimos as verdades de Cristo e o Seu evangelho, fazemos com base nessa
soberana autoridade.
Em
Mateus 28:18-20, quando Jesus estava dando "A Grande Comissão" aos
Seus discípulos, entre os quais nos incluímos, Ele fala de Sua autoridade:
"Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra..." Esta autoridade
é a base para que Ele nos mande ir e fazer "discípulos de todas as
nações... ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado".
Note
que vamos na autoridade de Cristo, quando pregamos as coisas que Ele nos tem
ordenado. Não temos nenhuma autoridade para proclamar nossos próprios
pensamentos, para formular a nossa própria mensagem, ou para ensinar algum
outro evangelho que não seja o de Cristo Jesus. Mesmo que venhamos a usar o
nome do Senhor, se a nossa mensagem for falsa, Ele não nos reconhecerá.
Por
outro lado, se a nossa mensagem for fiel, Deus a abençoará e a cobrirá com a
autoridade divina. Neste sentido, somos Seus embaixadores (I Pe 2:9) para falar
das coisas de Deus (I Pe 4:11).
Paulo
entendeu que esta autoridade de Cristo se transferia aos Seus. Por esta razão
ele falava com tanta ousadia e destemor e sua mensagem era poderosa. Em Efésios
6:20, mesmo na prisão, ele se declara um embaixador ousado de Cristo.
Em
toda a história da Igreja, Deus tem abençoado a pregação da palavra verdadeira,
das Suas santas doutrinas. Ela carrega esta autoridade de Cristo. O testemunho
da história está presente nos reavivamentos produzidos pela transmissão, com
autoridade, do conselho de Deus. Assim foi com grandes homens de Deus, que no
passado, não tiveram temor e, seguindo o exemplo dos apóstolos, resolveram
obedecer mais a Deus do que aos homens, produzindo fantásticos resultados de
conversões a Cristo.
A
apropriação desta autoridade é o nosso desafio para os dias de pecado e
impiedade em que vivemos e para revitalização de uma Igreja que, cada vez mais
apática, sucumbe às táticas e à mensagem do mundo, como se não possuísse mais o
poder do alto.
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