A
Cidade de Jerusalém - Ierushaláim
História
da Cidade de Jerusalém:
A
primeira referência à cidade de Jerusalém é sem dúvida Gn.14.18.: “E
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus
Altíssimo.”, onde Melquisedeque é citado como rei de Salém (isto é, Jerusalém).
Melquisedeque (que significa “rei de justiça) era tanto “rei de Salém”
(possivelmente a Jerusalém primitiva), como “sacerdote do Deus Altíssimo”. Ele
servia ao único Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque era cananeu e,
portanto, como Jó, é um exemplo de um não-israelita, servo de Deus.
Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus
Cristo (Sl.110.4; Hb.7.1,3). Na época dos israelitas cruzarem o Jordão para
entrarem na terra prometida, a cidade chamava-se “da banda dos jebuseus”
(Js.15.8) ou “Jebus” (1Cr.11.4). deixou de ser capturada durante a conquista de
Canaã por Josué e permaneceu em mãos dos cananeus até o tempo em que Davi chegou ao reino.
O exército de Davi tomou Jebus de assalto, e Davi fez dela a sua capital
(2Sm.5.5-7; 1Cr.11.4-7). Jerusalém serviu de capital política de Israel durante
o reino unido e, posteriormente, do reino do Sul, Judá. Salomão, sucessor de
Davi, edificou o templo do Senhor em Jerusalém (1Rs.5-8; 2Cr.2-5), de modo que
a cidade também tornou-se o centro religioso de adoração ao Deus do concerto.
Por
causa dos pecados de Israel, Nabucodonosor de Babilônia sitiou a cidade em 586 a .C., e finalmente a
destruiu juntamente com o templo (2Rs.25.1-11; 2Cr.36.17-19). Jerusalém
permaneceu um montão de ruínas até o retorno dos judeus da Pérsia em 536 a .C. para reedificar
tanto o templo quanto a cidade (Ed.3.8-13; 5.1-6.15; Ne.3.4). Já nos tempos do
Novo Testamento, Jerusalém voltara a ser o centro da vida política e religiosa
dos judeus. Em 70 d.C., porém, depois de freqüentes rebeliões dos judeus contra
o poder romano, a cidade e o templo voltaram a ser destruídos.
Quando
Davi fez de Jerusalém a sua capital, esta começou a receber vários outros nomes
em consonância com a sua índole; nomes como: “Sião” (2Sm.5.7); “a Cidade de
Davi” (1Rs.2.10); “santa cidade” (Ne.11.1); “a cidade de Deus” (Sl.46.4); “a
cidade do grande Rei” (Sl.48.2); “cidade de justiça, cidade fiel” (Is.1.26); “a
cidade do SENHOR” (Is.60.14); “O SENHOR Esta Ali” (Ez.48.35) e “a cidade de
verdade” (Zc.8.3). Alguns desses nomes são proféticos para a futura cidade de
Jerusalém.
O
significado de Jerusalém para os israelitas:
A
cidade de Jerusalém tinha um significado especial para o povo de Deus do Antigo
Testamento.
1.Quando
Deus relembrou sua lei diante dos israelitas na fronteira de Canaã, profetizou
através de Moisés que, a determinada altura no futuro, Ele escolheria um lugar
“para ali pôr o seu nome” (Dt.12.5,11,21; 14.23,24). Esse lugar seria a cidade
de Jerusalém (1Rs.11.13; 14.21) onde o templo de Deus vivo foi erigido; por
isso, recebeu o nome de: “santa cidade”, “a Cidade de Deus”, e “a Cidade do
SENHOR”. Três vezes por ano, todo homem em Israel devia ir a Jerusalém, para
aparecer “perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães
Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos” (Dt.16.16).
2.Jerusalém
era a cidade onde Deus revelava a sua palavra ao seu povo (Is.2.3); era,
portanto, “do vale da Visão” (Is.22.1). Era, também, o lugar onde Deus reinava
sobre seu povo Israel (Sl.99.1,2). Logo, quando os israelitas oravam, eram
ordenados a orar “para a banda desta cidade” (1Rs.8.44; Dn.6.10). As montanhas
que cercavam Jerusalém simbolizavam o Senhor rodeando o seu povo com eterna
proteção (Sl.125.1,2). Em essência, portanto, Jerusalém era um símbolo de tudo
quanto Deus queria para o seu povo. Sempre que o povo de Deus se congregava em
Jerusalém, todos deviam lembrar-se do poder soberano de Deus, da sua santidade,
da sua fidelidade ao seu povo e do seu compromisso eterno de ser o seu Deus.
3.Quando
o povo de Deus destruiu seu relacionamento com Ele por causa da sua idolatria e
de não querer obedecer aos seus mandamentos, o Senhor permitiu que os
babilônios destruíssem Jerusalém, juntamente com o templo. Quando Deus permitiu
a destruição desse antigo símbolo da sua presença constante entre os seus,
estava dando a entender que Ele pessoalmente estava se retirando do seu povo.
Note que a promessa de Deus, de um “concerto eterno” com seu povo, sempre
dependia da condição prévia da obediência deles, à sua vontade revelada. Dessa
maneira, Deus estava advertindo o seu povo, daqueles tempos e de agora, que
todos devem permanecer fiéis a Ele e obedientes à sua lei, se quiserem
continuar a desfrutar de sua bênçãos e promessas.
O
significado de Jerusalém para a Igreja Cristã:
A
cidade de Jerusalém também era importante para a igreja cristã.
1.Jerusalém
foi o lugar onde nasceu o cristianismo. Ali Jesus foi crucificado e ressuscitou
dentre os mortos. Foi também em Jerusalém que o Cristo glorificado derramou o
Espírito Santo sobre os seus discípulos no Pentecostes (At.2). A partir daquela
cidade, a mensagem do evangelho de Jesus Cristo espalhou-se “até os confins da
terra” (At.1.8; At.24.47). A igreja de Jerusalém foi a igreja-mãe de todas as
igrejas, e a igreja a qual pertenciam os apóstolos (At.1.12-26; 8.1). Ao surgir
uma controvérsia se os gentios crentes em Jesus tinham de ser circuncidados,
foi Jerusalém a cidade onde reuniu-se o primeiro concílio eclesiástico de
importância para resolver o assunto (At.15.1-31; Gl.2.1-10).
2.Os
livro do Novo Testamento reiteram boa parte do significado da Jerusalém do
Antigo Testamento, mas com uma nova aplicação: de uma cidade terrena para uma
cidade celestial. Noutras palavras, Jerusalém, como a cidade santa, já não
estava mais aqui na terra mas no céu, onde Deus habita e Cristo reina à sua
destra; de lá, Ele derrama as sua bênçãos; e de lá, Jesus voltará. Paulo fala a
respeito de Jerusalém “que é de cima”, que é a nossa mãe (Gl.4.26). O livro de
Hebreus indica a respeito que, ao virem a Cristo para receber a salvação, os
crentes não chegaram a uma montanha terrestre, mas “ao monte de Sião, e à
cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial” (Hb.12.22). E, ao invés de preparar
uma cidade na terra para os crentes, Deus está preparando a nova Jerusalém, que
um dia descerá “do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”
(Ap.21.2). Naquele grande dia, as promessas do concerto serão plenamente
cumpridas: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu
Deus” (Ap.22.3).
3.A
cidade de Jerusalém terrestre ainda tem um papel futuro a desempenhar no reino
milenar de Deus? Isaías em 65.17 do seu livro fala de “céus novos e nova
terra”, e em seguida apresenta um “Mas” enfático sobre a grandeza da Jerusalém
terrena, no versículo 18. O restante do capítulo 65 trata das condições
mileniais. Muitos crêem que quando Cristo voltar para estabelecer o seu reino
milenial (Ap.20.1-6), Ele porá o seu trono na cidade de Jerusalém. Depois do
julgamento do grande trono branco (Ap.20.11-15), a Jerusalém celestial descerá
a nova terra como a sede do reino eterno de Deus (Ap.21.2).
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