Salmo 15 e Marcos 1: 14, 15
O povo Judeu viveu uma grande expectativa quanto ao reino de Deus; era motivo de esperança para o povo que inúmeras vezes padeceu pelo trabalho forçado de outros reinos, que se tornaram impérios. Reis, que dominavam e faziam deles sua força de trabalho. Nessas condições horríveis, o que mais desejavam era um reino, onde o Santo de Israel haveria de governar, trazendo paz e felicidade, prosperidade material. Por isso encontramos no VT as inúmeras profecias apontando para o Messias, que haveria de governar como rei desse novo reino. Mas a compreensão de Israel, no entanto, era de um reino puramente material. Depois de Malaquias, estas profecias cessaram e os Judeus passaram 400 anos sem ouvir qualquer noticia desse reino. Os profetas desapareceram, mas ainda havia esperança em seus corações, eles liam os profetas, principalmente Isaias “Eu ouço um clamor que vem do deserto dizendo:preparem uma estrada para o Senhor – endireitem o caminho por onde Ele andará”. E enquanto Jesus morava em Nazaré com sua família, João Batista começou a pregar no deserto da Judéia: “Abandonem os seus pecados… voltem-se para Deus…porque o reino de Deus está para chegar” Mat.3:2. Em seguida Jesus começou a pregar: “Deixem o pecado e voltem-se para Deus, porque o reino dos céus está perto” Mat. 4:17. Tanto João Batista quanto Jesus apresentaram a condição para alguém fazer parte do reino de Deus – o abandono ao pecado. E nas bem – aventurança estão os característicos dos verdadeiros cidadãos do reino de Deus. Mas havia uma diferença entre a compreensão dos Judeus e o que Jesus estava ensinando sobre o reino de Deus. Motivo de sua rejeição como o rei, Senhor desse reino.
I- O que é o reino de Deus?
1-Nas escrituras, o conteúdo do ideal moral; para o cristão, é indicado por diversas expressões, principalmente pelas frases: “Reino de Deus” e “Vida Eterna”. A vida eterna dá ênfase ao aspecto individual da salvação; o reino de Deus descreve o ideal moral em seu aspecto social. Todavia, esses dois aspectos não subsistem isolados, mas se completam.Porque o reino de Deus só pode ser estabelecido ou realizado com os indivíduos que vivem em intimidade com Deus e um com os outros em amor, feitos, participantes da vida, que é eterna. Por outro lado, os indivíduos não podem atingir o ideal da vida eterna isolados, mas como membros de um perfeito reino, o reino de Deus.
2-a)-A expressão “Reino de Deus”, como concepção do ideal moral para o homem,tem as suas raízes no antigo testamento, que era mais social, porém, recebeu pleno desenvolvimento e significação no ensino de Cristo e seus apóstolos; b)- relaciona-se com a futura felicidade de Israel, sob a direção do rei messiânico descrita nas profecias; c)- Ainda mais. O “Reino de Deus” era concebido como um paraíso terreno de prosperidade e felicidade materiais; d)- A posse de Canaã, todavia, era um símbolo do verdadeiro reino espiritual, e as raízes dessa analogia vemos nos característicos dele como apresentados pelos profetas, pela sua insistência moral a respeito da obediência à lei revelada por Deus, – como condição para a verdadeira e permanente prosperidade para o povo, sob o governo do Santo de Israel! Esta era a concepção do salmista no salmo 15 ler… Mais tarde o apostolo Paulo nos advertiu dizendo: “O reino de Deus não é comida e nem bebida, mas Justiça, paz e gozo no Espírito Santo” Rm 14:17.
3-A concepção de Jesus – Jesus confirmou o ideal do “reino de Deus” como o supremo bem, e ampliou a significação, livrando-o do particularismo e materialismo Judaicos (base de toda pregação da Teologia da prosperidade e também dos Testemunhas de Jeová). Essa ampliação ou nova conotação do reino de Deus é vista em muitas de suas parábolas e seus discursos.
4-Definição: O Reino de Deus é a organização e a unificação moral dos homens sob a lei do mais puro amor escrita nos seus corações e santificando todas as relações na vida humana, cumprida através do amor Redentor de Deus, revelado em Cristo e aplicada as almas dos homens pelo Espírito Santo.
II- Características do reino de Deus.
1- É um poder espiritual interno nos corações dos homens, penetrando todas as suas relações e instituições. a)- No reino de Deus o elo de unidade entre os seus membros é o amor e lealdade a Jesus; b)- O reino de Deus influencia as organizações externas: a família, o estado e a Igreja visível; c)- O reino de Deus incorpora, além dos interesses religiosos, todos os demais interesses humanos e fornece os princípios diretrizes para a associação dos homens, em seus múltiplos departamentos que visam o seu bem – estar e felicidade.
2- O amor perfeito escrito em seus corações. a)- Esse amor é o elo de união entre os seus membros. Refere-se ao amor que é o cumprimento da lei. Rom 13:8-10. “Paguem todas as suas dividas, exceto a divida do amor aos outros; nunca terminem de pagá-la! Se vocês amarem aos outros, estarão obedecendo todas as leis de Deus, e satisfazendo todas as suas exigências. Se você amar o seu semelhante tanto quanto ama a si próprio, não desejará maltratá-lo ou enganá-lo, matá-lo ou roubar-lhe algo. E você não pecará contra a esposa dele e nem desejará aquilo que lhe pertence, nem tampouco fará qualquer outra coisa que os 10 mandamentos dizem que está errada. Todos os dez estão encerrados neste: amar o seu semelhante como você ama a si mesmo. O amor não faz mal a mingúem. Essa é a razão porque ele satisfaz plenamente todas as exigências de Deus. Ele é a única lei que você precisa ter”. b)- Esse amor é explicado e ilustrado no sermão do monte Mat.5:20 e 7:21 “Porém eu advirto a todos – a menos que vocês tenham melhor caráter que os fariseus e os outros lideres dos judeus, não poderão de maneira nenhuma entrar no reino dos céus. Nem todos os que falam como gente religiosa são realmente assim. Tais pessoas podem referir-se a mim como Senhor, porém, apesar disso não entrarão no céu. Porque a questão decisiva é se obedecem ao Pai do céu ou não”. Isso é equivalente a dizer que o reino de Deus é a esfera em que a mais alta moralidade é obedecida como a vontade de Deus. A Justiça do reino é realizada no cumprimento de todos os deveres decorrentes das várias relações em que os homens estão uns para com os outros e para com Deus. c)- No resumo da lei e dos profetas, por Cristo Mat. 22:36 a 39 “Um deles, advogado da lei, falou: Senhor, qual é o mandamento mais importante nas leis de Moisés? Jesus respondeu: Ame ao Senhor teu Deus de todo teu coração, sua mente e sua alma. Este é o primeiro e o maior mandamento. O segundo em importância é parecido: ame o seu semelhante tanto quanto você ama a si próprio”. d)- Esta foi a visão de Jeremias séculos antes de Cristo – de uma lei escrita não nas tábuas de pedras, mas nas tábuas do coração. Jer. 31:33; e)- A solução do problema da religião achava-se consubstanciada na formula que Cristo usou para julgar os mestres: “Pelos seus frutos os conhecereis”. Pelos frutos podemos conhecer quem são os verdadeiros cidadãos do reino de Deus. Ver Salmo 15.
3- Meios pelos quais é estabelecido e promovido. a)- Diferente dos reinos deste mundo, que são estabelecidos, quase sempre, pela espada, pela força, pela compulsão…; b)- Este é estabelecido pelo amor redentor de Deus revelado em Cristo e aplicado às nossas almas pelo Espírito Santo, João 12:32 “E quando eu for levantado (na cruz), atrairei todo o mundo a mim”. É por Cristo, “o qual se tornou da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção” I Cor. 1:30, que entramos no reino de Deus. c)- Pelo Novo Nascimento – “Jesus respondeu: com toda a sinceridade que tenho, digo-lhe isto: Se você não nascer de novo, nunca poderá entrar no reino de Deus” João 3:3.
III- Tempo da realização do reino de Deus.
1- Presente / atual – Mat. 12:28 “Mas se Eu estou expulsando demônios pelo Espírito de Deus , então o reino de Deus já chegou no meio de vocês”. e Luc. 10:9 “Curai os enfermos, e digam: O reino de Deus agora está muito perto de vocês”.
2- Progressivo / crescente – Mat. 13. a)- Compara-se a semente do trigo no meio do joio. Ambos crescem, mas, no tempo da colheita, o joio que representa o mal, será queimado, e o trigo – símbolo do bem – será recolhido nos celeiros eternos; b)- Compara-se ao grão de mostarda, a qual é a menor das sementes, mas, depois de crescido é a maior das hortaliças; c)- Compara-se a um fermento que leveda a massa.
3- Apocalíptico / futuro.- a)- Paulo em Col. 3:3, 4 “Vocês devem ter tão pouco desejo das coisas deste mundo como uma pessoa morta. A verdadeira vida de vocês está no céu com Cristo e com Deus; E, quando Cristo, que é a nossa vida verdadeira, vier de novo, então vocês brilharão com Ele e participarão de todas as suas glóriass”; b)- Pedro em II Ped. 3:13 “Nós porém, estamos aguardando ansiosamente a promessa divina de novos céus e nova terra depois disso tudo, onde habitará a justiça”; c)- Isaias em 2:2-4 que aponta para um estado glorioso em que os homens não aprenderão mais a guerra, sendo todo o seu material bélico transformado em equipamentos úteis de produção, e em que haverá o domínio da paz e da justiça universalmente.
A causa da miséria humana é a rejeição desse reino. Os homens e mulheres se entregam a toda sorte de crimes e baixezas e, o que é mais revoltante, aos horrores da guerra, que é uma das maiores maldições no mundo. A causa de tantas guerras é porque os homens não fazem parte do reino de Deus que é um reino de paz.
Os que fazem parte deste reino não são os que apenas fazem parte da sua organização externa. Não. Não são os que formalmente se dizem cristãos. Lembrai-vos que ele é um reino de vida espiritual. Lembremo-nos das palavras de Jesus: “só pertencem à sua família os que fazem a Sua vontade” Mt. 12:49, 50. Ou como escreveu João: “Aquele que diz conhecer a Cristo e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e a verdade não está nele” I João 2:4. Ou ainda como escreveu Paulo: “O reino de Deus consiste não em palavras, mas em poder”. Outra vez Jesus disse combatendo o formalismo dos fariseus: “Se me amais guardareis os meus mandamentos”. A regra, pois: “pelos seus frutos os conhecereis” aplica-se ao reconhecimento dos verdadeiros cidadãos do reino de Deus. Luc 11:28, João 13:17, Tiago 1:22-29.
Quando Cristo quis apresentar um modelo do cidadão do reino de Deus, apresentou um menino…Mat. 18:2, 3. Cristo promete tudo a quem busca primeiro o seu reino… Mat 6:33….Numa palavra, o verdadeiro cidadão do reino de Deus, é o que se abstem dos pecados que ele proíbe e executa os
deveres que Ele requer. Mateus 7:21-23.
A cruz e o Reino de Deus.
Texto. Lucas 23: 42
"Lembra-te de mim quando entrares no Teu reino"
Durante todo o ministério terreno de Jesus, sua preocupação foi acerca de ensinar os seus discípulos a viverem o Reino dos Céus para darem continuidade ao Seu ministério. Jesus é o ápice da releção de Deus aos homens. O plano eterno de Deus estava sendo desenrolado na pessoa de Jesus, e os discípulos a quem Jesus havia escolhido tinham a incumbência de dar continuidade a esse projeto de Deus para a redenção do homem.
Mesmo andando com o mestre, comendo com ele, dividindo experiências pessoais, partilhando de tudo; os discípulos ficaram atônicos com a notícia de sua prisão. Pedro, o mais destemido e intrépido deles foi avisado que se acovardaria diante de tal fato [Mc 14:30 - Mt 26:34 - Mt 26:75]; e todos se esconderam. Naquele momento tudo o que Jesus havia os ensinado a dispeito do Reino de Deus parecia ter acabado ali. Será que o mestre havia feito as escolhas erradas para o cumprimento da missão? Claro que não ! Esta reclusa dos discípulos fazia parte do tratamento de caráter que precisariam de passar. O que Jesus mostrou para eles foi que, eles não estavam totalmente com suas mentes firmadas em seus ensinamentos, pois eles ainda não haviam compreendido o que, de fato, era o REINO que tanto o mestre lhes ensinava.
De Mateus a João, de Atos ao Apocalípse este tema é enfático a cerca do REINO. Há vários textos que são carregados de ensinamentos sobre o REINO. Mt 5 - Mc 10:14 - Lc 14: 15 - Jo 3:5 - At 28:31 - Gl 5:21 - II Ts 2: 15 - I Cor 15:20 - Ef 5:5.
Os discípulos puderam receber a revelação do REINO do príncipe desse Reino e não entenderam uma só palavra a respeito dele. Com a prisão de Jesus, os discípulos que acreditavam apenas em um reino terreno de Jesus, logo perderam suas esperanças por um reino de paz e justiça que tanto o mestre lhes ensinara.
Quando na cruz estava Jesus, ao lado de dois malfeitores; um zombava d'Ele enquanto o outro O defendia. Vale ressaltar que nenhum dos dois ladrões ali com Jesus eram discípulos, pelo contrário, eram homens dos quais a sociedade romana os havia condenado a morte.
Mas, é neste texto que encontramos a maior revelação de REINO já descrito na Bíblia. Um dos ladrões, ali em agonia de morte recebe uma revelação tremenda do REINO de Cristo. Enquanto os discípulos acreditavam apenas em um reino terreno, aquele homem ali na cruz, ao lado de Jesus entende que o REINO de Jesus era além do túmulo, e que a cruz não era o fim de tudo, ainda havia uma continuação que só o príncipe desse REINO poderia lhe proporcionar. Que revelação tremenda!
Dentro de nossos rebanhos há muitos na mesma condição que os discíplulos. Andam com Jesus, clamam em Seu nome, se dizem amigos do mestre; mas não entendem a respeito de SEU REINO; não desfrutam aqui na terra das benéces do céu.
Todos os que passaram pelo calvário e entenderam o princípio de REINO ensinado por Jesus estão reinado com Ele [I Pe 3:22 - Rm 8:17]. Nós fomos resgatados do reino das trevas para o REINO do filho do seu amor. [Col 1:13].
Podemos desfrutar do REINO de Jesus aqui nessa terra e viver com a esperança de um REINO de paz e justiça proporcionado por Jesus.
Você esta desfrutando do REINO de Deus?
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