O CÉU EM LIQUIDAÇÃO
O dogma do
Purgatório, ensinado pela Igreja Católica (IC), é conhecido como a sua “galinha
dos ovos de ouro”. Ensinam os católicos que existem quatro lugares no outro
mundo: Céu, Inferno, Purgatório e Limbo.
Para o Limbo vão as crianças que
morrem sem batismo. E um lugar de sombras, sem penas, sem sofrimento, mas
também sem alegria alguma. Porém, a Bíblia nada diz sobre o Limbo, sendo que o
próprio Jesus declarou:
Deixai os meninos, e não
os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o relho dos céus. (Mt 19.14) Para Jesus, os meninos são do reino dos céus, mesmo sem batismo;
mas a IC os manda para o Limbo.
Sobre o Purgatório ensinam que: As almas do purgatório padecem um tormento
muito semelhante ao das almas do inferno, com a única diferença de que as
últimas nunca poderão sair do inferno, enquanto que, as do purgatório hão de
sair de lá. (Concílio de
Florença, em 1439). De acordo com este ensino, as
missas celebradas pelos parentes constituem o recurso para que as almas sejam
aliviadas e deixem mais depressa o Purgatório. Naturalmente, as missas para
sufrágios dos parentes mortos, são cobradas, constituindo-se na “galinha dos
ovos de ouro” do Catolicismo —sua rentabilíssíma indústria purgatoriana. A
doutrina do Purgatório implica na admissão da insuficiência do sangue de
Cristo, embora leiamos em 1 Jo 1.7 que o
sangue de Jesus Cristo... nos purifica de todo o pecado. Repetindo: não de
alguns pecados, mas de todo o pecado. Será
que o fogo do purgatório é mais eficaz do que o sangue de Cristo? Para que
serve então o sangue de Cristo’? A “Grande Multidão” de Ap 7.9- 15 possuía algo
em comum: todos tinham lavado suas vestiduras no sangue do Cordeiro e, por
isso, estavam diante do Trono de Deus no céu. Não foi preciso o fogo de
Purgatório para que se purificassem.
INDULGÊNCIAS
Não satisfeita com a sua
“galinha dos ovos de ouro” do Purgatório, agora a Igreja Católica, no ano de
2000, verá seus cofres recheados com dinheiro da visita de milhões de pessoas ao
Vaticano, as quais entrarão pela porta de São Pedro para receber esse favor
católico das “INDULGÊNCIAS”.
A Igreja Católica define
como indulgência . . .a remissão da pena
temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, remissão que a
Igreja concede fora do Sacramento da Penitência.
Assim, ensinando que o
papa é o vigário de Cristo e o cabeça da Igreja, pode ele sacar do “Tesouro da
Igreja” os bens de que ela é depositária.
A IC constrói a sua
doutrina sobre Mt 16.19, onde se lê: ... o
que ligares na terra, terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra,
terá sido desligado no céu.
O papa
sustenta que tem poder de outorgar qualquer destas indulgências a toda a Igreja
ou a qualquer membro da Igreja, individualmente. Em 1903, o papa delegou
autoridade a outros sacerdotes, permitindo aos cardeais outorgarem indulgência
por duzentos dias, cada um em sua própria diocese; aos arcebispos, por cem
dias; aos bispos, por cinqüenta dias, cada um em sua própria diocese.
O PODER DE “LIGAR E DESLIGAR”
O poder de “ligar e
desligar”, dado a Pedro, só pode ser exercido segundo as condições que o
próprio Jesus estabeleceu: por meio da pregação do Evangelho. O tempo está cumprido, e o reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. (Mc 1.15)
Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo
padecesse e ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos. E em seu nome se pregasse
o arrependimento e a remissão de pecados, em todas as nações, começando por
Jerusalém. (Lc 24.46- 47)
Arrependimento e fé, eis as condições imutáveis
mediante as quais o perdão é oferecido ao pecador e pode ser recebido por ele.
Pedro, em suas mensagens, pregou-as e insistiu nelas (At 2.38; 3.19; 10.43).
HISTORIA
A Bíblia estabelecia para os israelitas O Ano do Jubileu. Diz a Bíblia:
E
santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os
seus moradores; ano de jubileu vos será, e tomareis cada um à sua possessão, e
tornareis, cada um à sua família. O ano qüinquagésimo
vos será jubileu (Lv 25.10-11). Com
base no jubileu bíblico, os católicos estabeleceram o primeiro jubileu
relacionado com as peregrinações à Roma. Foi instituído por Bonifácio VIII, em
1300, tomando a forma de indulgência plenária, outorgada a todos os fiéis que
visitassem as basílicas romanas de São Pedro, São Paulo, Santa Maria Maior e
São João Latrão, e recebessem os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia. Os
jubileus católicos, a princípio eram celebrados de cem em cem anos, porém, em
1350, os cidadãos de Roma pediram ao papa Clemente VI que declarasse aquele ano
santo, ano do jubileu. Assim, o intervalo entre um jubileu e outro passou a ser
de cinqüenta anos. Posteriormente, os jubileus foram reduzidos para 33 anos por
Urbano VI, em 1389, e a 25 anos, por
Paulo II, em 1470. Diz o ensino católico: O
Jubileu, que ordinariamente se concede todos os 25 anos, é uma indulgência
plenária, à qual estão anexos muitos privilégios e concessões particulares,
como o poder de obter-se a absolvição de alguns pecados reservados e de censuras,
e a comutação de alguns votos.
OS TIPOS DE INDULGÊNCIAS
Existem modalidades
diferentes de indulgências: quanto ao tempo de duração e quanto ao lugar.
Quanto ao tempo de duração existem as indulgências
plenárias ou completas e as indulgências parciais. Nas indulgências
plenárias ou completas o pecador é isento das penalidades desta vida e da que
há de vir no Purgatório. O ensino católico sobre as indulgências plenárias é: A indulgência plenária é a que perdoa
toda a pena temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse
depois de ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente
isento das penas do Purgatório. Nas indulgências parciais a isenção das
penas é dada por um tempo determinado de dez, vinte ou trinta dias.
Quanto ao lugar as
indulgências universais são para uso de todas as Igrejas em toda parte. As
indulgências particulares são para uso das Igrejas específicas ou de
relicários.
PRONUNCIAMENTO DE
MARTINHO LUTERO
Muitos historiadores
católicos admitem que, no passado, se abusou muito grosseiramente da prática
da indulgência, fato que deu origem a severas críticas. Foi o que aconteceu em
31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero afixou na Igreja de Wittemberg,
na Alemanha, um texto em latim com 95 teses
que contrariavam os dogmas da Igreja Católica. Condenava, por exemplo, a
“venda” de indulgências que o Papa Leão X estava promovendo para construir a
Basílica de São Pedro em Roma. Um dos textos muito lembrado por Lutero era o de
Rm 1.17: o justo viverá da fé.
Um dos nomes mais
conhecidos em Roma, nessa ocasião da construção da Basílica de São Pedro, foi o
do cardeal João Tetzel que viajava pelo mundo católico recolhendo contribuições
para essa construção. Uma das suas declarações relacionadas à oportunidade das
pessoas escaparem do Purgatório por meio de indulgências se tomou célebre: No momento em que uma moeda tilinta no fundo
do gazofilácio, uma alma escapa do purgatório. A IC tem duas inesgotáveis
“galinhas dos ovos de ouro”: o Purgatório e as Indulgências — sendo estas para
salvar os ricos, os que têm dinheiro com que resgatar os seus pecados. Jesus,
quando viu o jovem rico afastar-se dele por não se dispor a vender seus bens
para segui-lo, declarou:
Em
verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino de Deus. (Mt 19.23). Entretanto, dentro do ensino católico, essa entrada se tomou
fácil para os ricos: as indulgências abrem-lhe as portas.
E os pobres que
continuem sofrendo neste mundo e que paguem no purgatório por séculos sem fim,
o castigo dos seus pecados, porque não têm dinheiro para missas e indulgências,
muito embora Jesus houvesse dito: ... aos
pobres é anunciado o evangelho (Mt 11.5) (A Bíblia e o Catolicismo Romano,
p. 113). O Papa Leão X ensinava que uma pessoa rica poderia doar terras e bens
materiais à Igreja e assim comprar um lote de terreno no paraíso.
Não é por acaso que a
Igreja Católica é um dos maiores proprietários de terras e imóveis em todo o
mundo.
Na tese 82, Martinho Lutero declarava: Por que o papa não tira duma só vez todas as
almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente
necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando, em troca
de vil dinheiro para a construção da Catedral de 5. Pedro, livra um sem-número
de almas, logo por motivo bastante insignificante? Martinho Lutero foi
excomungado em 1521, mas seu protesto virou uma nova denominação — o LUTERANISMO.
O QUE DIZ A BÍBLIA
A Bíblia afirma que após
a morte segue-se o juízo (Hb 9.27). Como afirmamos, existem dois lugares
apontados para depois desta vida e, num dos dois, todos os homens se
encontrarão. Jesus falou do céu ao afirmar: Vinde,
benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo. E falou do inferno, dizendo: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o
diabo e seus anjos. . . .E irão estes
para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mt 25.34,41,46).
Jesus disse ao ladrão arrependido: Hoje
estarás comigo no paraíso. (Lc 23.43). À mulher perdida, que ungiu os pés
de Jesus com suas lágrimas, arrependida dos seus pecados, ele disse: Os teus pecados te são perdoados. (...)
A tua fé te salvou; vai-te e não peques
mais. (Lc 7.48,50)
Paulo não esperava o purgatório nem admitia Indulgências.
Falou o seguinte: Para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho. (Fp 1.21)
SOBRE O ACORDO RECENTE ENTRE CATÓLICOS E LUTERANOS
O que pretende realmente
a IC com o recente acordo firmado com os Luteranos? Renunciar a alguns dos seus
dogmas? Certamente que não, pois justamente a prática das indulgências foi o
que deu margem ao rompimento de Martinho Lutero com a Igreja Católica.
Perguntamos: Foi ela abandonada pela IC? Ao contrário, essa prática da
indulgência tem sido amplamente divulgada e o será durante o ano 2000. É o ano
do Jubileu Católico quando se oferecerá o perdão de pecados para os que
visitarem o Vaticano. O que tem em vista, então, esse acordo? Isto nada mais é
do que uma estratégia para silenciar os evangélicos em todo o mundo. É o conhecido
Ecumenismo implantado a partir do Concílio Vaticano II pelo papa João XXIII.
Alguns luteranos menos afeitos à leitura da Bíblia estão eufóricos com a
celebração desse acordo ocorrido em 31 de outubro de 1999. Como título UMA LiNDA FESTA, um leitor do Estadão,
edição de 9-11-99, escreveu na coluna FÓRUM DE DEBATES: Quase cinco séculos depois que o monge Martin Luther começou a reforma
da Igreja, católicos e luteranos do mundo se uniram formalmente com a
assinatura da Declaração Conjunta Católica-Luterana, em Augusburg, na
Alemanha... Quero agradecer ao Estadão, em meu nome e no de 58 milhões de
luteranos de todo o mundo, pela reportagem sobre um assunto tão importante que
é a fraternização universal dos servos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas,
nem todos os luteranos são desavisados e aceitaram esse acordo. A FOLHA UNIVERSAL, de 14-11-99, declarou
que . . .nem todas as igrejas luteranas
aceitaram o acordo e, pelo menos, 22 já manifestaram publicamente a rejeição. A
maioria delas, no Brasil, pertence à ramificação da Igreja Evangélica Luterana
do Brasil, e tem diferenças importantes de interpretação bíblica da Igreja
Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Por meio de um seu
representante, a IELB declarou que, na prática, as pendências que separam luteranos
e católicos continuarão existindo: O
documento afirma que a salvação e o perdão são graças de Deus, mas não é isso
que João Paulo II tem anunciado. A Bíblia deixa aberta a pergunta, difícil
de responder: Andarão dois juntos, se não
estiverem de acordo? (Am 3.3). Um acordo incoerente, e condenado pela
Bíblia em 2 Co 6.16:
E que
consenso tem o te
mplo de Deus com os ídolos? Porventura
a IC abandonou a idolatria? A mariolatria? O dogma do Purgatório? A prática da
Indulgência? Certamente que não! Logo, fica em pé a recomendação de Ap 18.4-5: E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai
dela, povo meu, para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus
pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela. O
acordo, portanto, é impróprio.
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