Sempre que a Bíblia fala dos feitos
realizados pelos heróis da fé, procura também mostrar o sacrifício que eles
fizeram em razão da sua própria fé. É o caso, por exemplo, de Abel, que por
causa da sua fé ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim, obtendo
assim a sua justificação; é o caso também de Abraão que, quando posto à prova,
ofereceu o seu próprio filho Isaque como sacrifício; Moisés também é um destes
exemplos, pois quando já era homem feito recusou ser chamado filho da filha de
Faraó. Além destes podemos também citar “Gideão, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e
os profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça,
obtiveram promessas, fecharam bocas de leões, extinguiram a violência do fogo,
escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em
guerra e puseram em fuga exércitos estrangeiros.” (Hebreus 11.32-34). E nenhum
deles conquistou ser ter pago o devido preço do sacrifício pessoal.
O facto é que a fé e o sacrifício
são inseparáveis como inseparáveis são o Pai,
o Filho e o Espírito Santo. Na verdade, não se pode manifestar a fé sem o
sacrifício, assim como não se pode sacrificar sem que a fé esteja ao rubro. O
sacrifício caracteriza a fé e a fé caracteriza o sacrifício. O sacrifício é a
manifestação da fé e o resultado final é o milagre que se determina. Por isso,
quem quiser alcançar os milagres de Deus, obrigatoriamente, tem que estar
disposto a sacrificar. Dependendo do valor do milagre que se deseja alcançar há
um preço em forma de sacrifício que se tem de pagar, pois o milagre é
proporcional ao sacrifício. Por exemplo: para quem deseja a salvação eterna,
que é o milagre maior, o valor do sacrifício é a renuncia da sua própria vida.
É claro que aqueles que vivem à base da razão vão achar isto uma loucura,
porque de acordo com a razão, milagres não existem, mas pela fé, sim! Por isso,
o significado da fé é loucura para os que crêem, pela loucura da pregação, que
conhecem a Deus e tomam posse das Suas promessas.
O milagre que desejamos não é uma
“sorte da lotaria”, nem um mérito da graça de Deus, mas uma conquista da fé. E
a fé, quando é real, verdadeira e pura, exige a manifestação do sacrifício. O
sacrifício, por sua vez, requer coragem, disposição, vontade própria e
determinação. É realmente uma loucura para os incrédulos.
O sacrifício foi o primeiro acto de
Deus após a queda do Homem. Ele teve que sacrificar um animal para cobrir a
nudez de Adão e Eva. Deus poderia ter usado uma folha de bananeira ou mesmo de
uma videira para resolver o problema, mas não o fez, e porquê? Porque o preço
do pecado é a morte. E assim como o pecado dá origem à morte, também para a
extinção do pecado tem que haver uma morte em sacrifício, uma expiação.
Ora, foi exactamente isso que Deus
fez no caso de Adão e Eva. Ele tomou um animal, símbolo do Senhor Jesus – o
Cordeiro de Deus -, e expiou o pecado deles com a sua morte. Dessa forma, eles
tiveram sua nudez coberta. Deus teve que tirar a vida de um ser irracional para
salvar a vida de dois seres racionais. Um outro sacrifício deu-se na Cruz do
Calvário: o Senhor Jesus morreu para tirar os pecados daqueles que têm a fé
exclusivamente Nele. O Seu corpo atraiu o pecado da humanidade e em seguida foi
sacrificado, levando consigo todo o pecado. A pessoa pode ser a mais pecadora
do mundo, mas se pela fé aceitar o sacrifício que o Senhor Jesus fez por si,
então seu pecado fica automaticamente cancelado diante de Deus.
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