A PRIMEIRA PALAVRA
O texto para
esta mensagem encontra-se no evangelho segundo São
Lucas 23:33 e 34: "Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali O
crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. Contudo
Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo
as vestes dele, lançaram sortes".
Três cruzes se projetam no horizonte. No meio está o
Senhor Jesus; do lado direito um ladrão e do lado esquerdo outro ladrão (Dimas e Gestas). Jesus morreu
do jeito que sempre viveu. Veio a este mundo para buscar os pecadores. Viveu
entre eles para poder alcançá-los, perdoá-los e transformá-los. E quando chegou
a hora de morrer, morreu crucificado
entre eles. E você pode vê-Lo aí, na hora da agonia.
Quando uma
pessoa está para morrer, todos querem
ouvir o que ele tem a falar. Jesus ora,
mantendo comunhão com Aquele de quem veio toda a Sua força para poder viver uma
vida vitoriosa nesta terra. Ele começou Seu ministério em oração e termina Seu
ministério também em oração.
Ninguém pode sobreviver vitoriosamente nesta vida se não
aprender a viver como Jesus, ou seja, dependendo constantemente do Pai,
colocando a vida aos pés do Pai, recebendo a força do Pai.
Sabem por que
Jesus viveu uma vida vitoriosa nesta terra? Não porque era Deus. Quando Ele
veio a esta terra Ele fez um pacto com Seu Pai: não usaria Seus poderes divinos
sem o consentimento do Pai. Então Ele aprendeu a viver uma vida dependente do
Pai. Aí estava o segredo de Sua vitória.
Sabe por que nós, às vezes, vivemos vidas derrotadas?
Porque não aprendemos a depender do Pai como Jesus fazia.
"Pai" - disse Jesus na hora da morte. Tinha uma coroa de espinhos furando o
Seu rosto, mas isso não O impedia de enxergar o amor de Seu pai. Suas mãos
estavam pregadas numa cruz, não
podiam mais curar pessoas, mas
Ele podia orar. Seus pés não podiam mais andar para alcançar o pecador. Mas
isso não O impedia de orar. Seus discípulos O tinham abandonado. Ele não podia
mais ensinar-lhes. Mas isso não impedia Jesus de orar.
Às vezes, quando surgem dificuldades em nossa vida, o
primeiro pensamento que nos assalta é o fato de que talvez Deus nos tenha
abandonado. Talvez Deus tenha esquecido de nós. Jesus no meio do sofrimento, da
dor, da agonia, da morte, perseguido, caçoado, insultado e sangrando, não
permitiu que nada O impedisse de saber que Seu pai O amava e que olhava para
Ele.
Você sente que
todo mundo te abandonou? Sente-se solitário? E apesar disso tudo, você também é
capaz de enxergar o rosto do Pai? Jesus o fez na cruz do Calvário. Sem amigos,
abandonado pelos Seus discípulos, odiado pela multidão, castigado pelos
soldados, acusado falsamente, crucificado injustamente, ferido, em agonia, era
capaz de dizer: Pai, eu não Te vejo; está tudo escuro, mas sei que estás presente. Sei que estás aí.
Somos capazes
de fazer isto?
Pensemos agora num outro aspecto do texto bíblico. Na
hora da agonia Jesus clama a Seu Pai, mas não o faz pedindo ajuda. Se você
estivesse condenado à morte por alguma enfermidade, com certeza se ajoelharia
para orar e pediria que Deus lhe devolvesse a saúde, não é verdade? Se você
estivesse desempregado, oraria a Deus pedindo que lhe desse um novo emprego,
não o faria? E se você estivesse na prisão, com certeza pediria que Deus lhe
devolvesse a liberdade.
Mas aí estava
Jesus cravado numa cruz. Sua primeira palavra podia ter sido: "Pai, tira-me daqui, liberta-me, acalma minha dor". Ou como Pedro quando estava se afundando: "Senhor,
salva-me". Mas na hora da agonia Jesus não
ora por Ele, ora pelos outros. E
não é por Seus amigos ou por Seus familiares ou por cidadãos bons. Sabe por quem ora? Pelos Seus
inimigos, por
aquele que O esbofeteia, por aquele que prega Suas mãos, por aquele que cospe
em Seu rosto, por aquele outro que coloca a coroa de espinhos em Sua fronte.
Jesus ora pelos Seus inimigos e pede que Deus lhes perdoe.
Na cruz do Calvário, Jesus vive o que pregou. No sermão
do monte, Ele diz: "Perdoai os
vossos inimigos". E na cruz Ele vive Sua mensagem. Sai da teologia, da
beleza das palavras e entra na realidade do perdão, pratica o que pregou.
Pergunto:
somos capazes de orar pelos nossos inimigos? Talvez, se você está vivendo bem,
com um bom saldo no banco, com boa saúde, com toda a família unida. Nessas
circunstâncias talvez você até se anime a orar pelos seus inimigos. Mas
condenado à morte por uma doença, sem um centavo no bolso, com a família feita
em pedaços e todo mundo contra você, seria capaz de orar pelos seus inimigos?
Porque é
necessário perdoar, embora perdoar não seja sempre fácil. Na cruz, Jesus estava
sofrendo, o sangue levava Sua vida gota a gota. Abandonado, esquecido pelos
amigos, caçoado e insultado pelos inimigos, carregando o pecado de toda a
humanidade, Ele experimentava um sofrimento mental, físico e espiritual profundo.
E se Ele abrigasse em Seu coração mágoa por aquilo que as pessoas estavam lhe
fazendo, o seu sofrimento seria maior.
Ao perdoar,
Ele não somente estava praticando a teoria de Sua pregação, Ele estava também
aliviando a Sua dor. Sabem por quê? Porque o perdão
beneficia mais a quem perdoa do que aquele que é perdoado. É isto que você tem que colocar em sua mente. Se por algum motivo não é
capaz de perdoar alguém que o traiu, que o machucou, fez algo que marcou
terrivelmente sua vida. Se você estiver guardando rancor em seu coração, com
certeza não tem paz, vive um inferno cada vez que vê aquela pessoa. Seu
espírito se envenena. Você pode estar vivendo um momento feliz, mas quando
aparece aquela pessoa, estraga tudo.
Mas você sabia que a outra pessoa não está nem ligando
para o que você sente? O único que está sofrendo é você. Então, quando você
perdoar, ele não ganha nada, mas você expulsa o veneno de sua vida. O veneno da
mágoa não machuca nem um pouquinho seu inimigo, mas perturba a sua vida. O seu
coração torna-se um depósito de lixo, porque a mágoa, o ódio, o rancor e o
ressentimento, tudo isso é lixo. E quando você consegue olhar para o outro sem
sentir mais mágoa, nem rancor, você se liberta. O maior beneficiado pelo perdão
é a pessoa que oferece o perdão, não a que o recebe.
O último pensamento do texto que quero analisar hoje é o
resultado final da oração de Jesus. Ele orou pelos piores seres humanos que
existiam, aqueles que O estavam matando e que não queriam saber nada com Ele.
Você pensa que a oração de Jesus não foi respondida? Acompanhe-me a Jerusalém,
40 dias depois da morte de Jesus. Pedro
está pregando, e aqueles homens que viram a morte de Jesus e que desde o ponto
de vista humano nunca O aceitaram
como Salvador, foram tocados pelo Espírito Santo.
E naquele dia foram batizados 3 mil. O importante é
aceitar o sacrifício de Jesus na cruz, não interessa quem ou quantos...
Tem você um
amigo por quem já orou, orou, e ele continua indiferente com relação a Jesus?
Continue orando. Ore pelos piores, ore por aqueles que na sua opinião não têm
mais remédio. Não perca o ânimo. Continue orando, continue suplicando, continue
pedindo. Ele responderá a sua oração.
Poderia você
neste momento vir comigo à cruz do Calvário e dizer: Senhor, foi por mim que entraste
na agonia. Lá na cruz oraste por mim. Fui eu que te crucifiquei. Lá na cruz
oraste por meu pai, por meu filho, por meu marido, por minha esposa. E se 40
dias depois, 3 mil pessoas se entregaram a Ti, por que não podes transformar o
coração daquela pessoa por quem estou orando?
E se você
sentir que na cruz do Calvário Jesus orou por você, se você quiser reconhecer a
Jesus como seu Salvador, se quiser entregar-lhe a vida e aceitar a Palavra de
Deus e o plano que Deus tem para a sua vida; se quiser unir-se um dia à Igreja
de Deus nesta terra através do santo batismo, se quando Cristo voltar você
quiser estar presente vou lhe pedir que, você tome sua decisão aí onde está.
Oração:
Querido Pai, há muita gente que abriu o coração a Ti. Há muita gente que
quer perdoar, que está orando por alguma pessoa especial e que precisa da Tua
ajuda e de Teu poder. Por favor, vem e responde cada oração. Em nome de Jesus.
Amém.
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