A SEXTA PALAVRA
O texto para a
mensagem de hoje está no evangelho segundo São
João 19:28 a 30: "Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para
se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissope, lhe
chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado!
E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito."
Vamos analisar
hoje a expressão: "Está
consumado". Ela quer dizer: está acabado, está completado.
Jesus veio a
esta terra com um propósito. Qual foi o propósito de Jesus ao deixar a glória
celeste, tomar a forma humana, nascer como uma criança e viver, sendo tentado
em tudo para finalmente morrer na cruz?
Para entender isto temos que ir primeiro ao Jardim do
Éden. Deus, o Pai, criou o mundo em seis dias.
Criou o sol, as estrelas, a lua, o mar, o firmamento, as
árvores, os animais e finalmente, na sexta-feira,
Ele criou o ser humano. E aquele dia, ao pôr-do-sol, diz a
Bíblia: Deus o Pai, contemplou a obra da criação e exclamou:
- Está tudo muito
bom. Está completado, consumado.
Está realizado o trabalho da criação
e tudo é perfeito. Tudo está em seu lugar; tudo como deveria ser; um mundo
perfeito e harmonioso, e o ser humano para desfrutar de felicidade em meio a
essa criação sem defeito. Depois de contemplar a maravilhosa criação, Deus
descansou no sábado, deixando assim para o homem, um dia especial de comunhão
entre a criatura e o Criador.
Mas então, o
inimigo de Deus, como se fosse uma criança mal-criada diante de um quadro
recém-acabado e com a tinta fresca, vem e coloca a mão, e bagunça todo o quadro
da criação. Num mundo onde não havia dor, ele coloca dor; onde não existia
morte, ele coloca morte; onde não existia traição, coloca a traição.
O quadro maravilhoso da criação ficou todo arruinado.
Agora há lágrimas,
solidão, tristeza, morte, traição e desconfiança. O mundo está arruinado.
Mas Deus não pode aceitar que as coisas fiquem pra sempre desse jeito. Ele não
pode permitir que o ser humano que Ele criou com amor para ser feliz, viva num
mundo de infelicidade, padecendo fome, sede, injustiça social, pobreza. Não,
Deus não podia permitir isso e em Seus planos eternos já estava providenciada a
obra maravilhosa da redenção.
Desta vez é
Deus, o Filho, que se torna homem e vem a esta Terra para realizar o trabalho
de restauração. O Filho tem que recriar, restaurar, redimir e salvar o que
estava arruinado. E o Senhor Jesus inicia o Seu trabalho de restauração.
É um trabalho penoso, porque Ele vem ensinar o ser humano
que é possível ser vitorioso em meio a um mundo
turbulento. Por exemplo, uma noite, os Seus discípulos estavam num barquinho em
meio à escuridão, sentindo que iam se afundar no mar da vida. O vento era
contrário, as trevas densas, as ondas entravam no barquinho e eles lutavam
inutilmente. Chegou um momento em que não podiam mais e estavam à beira do
desespero e da loucura. Mas nesse momento Jesus apareceu andando no meio do mar
e dizendo: "Filhos, neste mundo, muitas vezes vocês viverão horas tão
difíceis que vos assaltará o pensamento de que tudo está perdido. Mas eu estou
aqui, esta noite, para ensinar-lhes uma coisa: Nem tudo está perdido. Há
esperança! O sol pode brilhar na meia-noite da vida. Quando você acha que já não
tem mais forças para lutar, Eu estarei presente e ajudarei você a tornar-se
vitorioso".
Será que você
é alguém que está vivendo a noite mais escura da sua vida? Seu relacionamento
familiar tem chegado a um ponto que você acha que humanamente não pode fazer
mais nada?
Lá na
escuridão do mar, os discípulos estavam cansados de lutar e Jesus apareceu para
dizer: "Quando você não tem mais forças, Eu ainda posso aparecer. Estou
falando hoje para alguém que está atravessando um terrível problema financeiro?
Segunda-feira vai estourar uma promissória e você não sabe o que fazer para
conseguir o dinheiro? Está cansado de lutar? Dê uma oportunidade a Jesus."
Quando parece
que tudo está perdido, ainda resta a oportunidade maravilhosa de Deus.
Jesus veio a
esta Terra para cumprir uma missão: ensinar-nos que embora vivamos num mundo
onde o pecado anda solto, machucando, ferindo e destruindo vidas, nem tudo está
perdido para aqueles que acreditam em Nele.
Ele cumpriu
Sua missão. Encontrava um leproso, com sua pele caindo aos pedaços, e o toque
maravilhoso de Sua mão deixava a pele desse leproso como a de uma criança
recém-nascida. Com isso, Jesus estava dizendo que se alguma vez em sua vida
espiritual, sua pele estiver caindo aos pedaços, podre pela lepra maldita do
pecado, pode ir a Jesus e o toque maravilhoso de Sua mão o fará um novo ser,
uma nova criatura, o purificará e o limpará.
Jesus
encontrou um dia um cego que nunca tinha enxergado a beleza de uma flor; o toque maravilhoso de
Sua mão abriu os seus olhos. Isso quer dizer que se neste mundo você não
consegue fazer diferença entre as coisas certas e as coisas erradas da vida, se
você é um cego espiritual, pode ir a Ele e Sua mão maravilhosa abrirá seus
olhos e lhe mostrará uma nova dimensão da vida.
Ele encontrou
outro dia uma mulher pecadora que passava de mão em mão por todos os homens da cidade. E Jesus lhe devolveu a dignidade e o
respeito próprio. Ele veio a este mundo para restaurar o que o inimigo tinha
deteriorado, para recriar, para salvar, para devolver a esperança. Mas para
isso era preciso pagar o preço da culpa humana, porque se o homem pecou, tinha
que morrer. Não havia outro caminho. O ser humano não queria morrer, mas se
existiu pecado, tinha que haver morte. Como solucionar este problema?
Alguém tinha
que morrer. Só que Deus não pode morrer porque é Deus. Então Ele teve que se
fazer homem para poder morrer. Nenhuma criatura, incluindo os anjos, podia
morrer pra salvar o homem, porque nenhuma criatura tem vida própria. A única
pessoa que podia morrer para salvar o homem era alguém que tivesse vida em si e
que ao mesmo tempo pudesse morrer. Assim, o pecado seria pago. A dívida humana
seria paga e o homem poderia receber a salvação de graça. Por isso, Deus teve
que se fazer homem e teve que morrer na pessoa de Jesus.
Éramos
nós que merecíamos que nos cuspissem no rosto. Éramos nós que merecíamos que
nos colocassem uma coroa de espinhos. Éramos nós que merecíamos as chicotadas
nas costas até sangrar. Éramos nós que merecíamos morrer pregados numa cruz.
Fomos nós que fizemos as coisas erradas.
Em Jesus,
ninguém encontrou um pecado. Ele nunca fez nada errado; Ele não tinha porquê
morrer.
Mas já que nós
não queríamos morrer, alguém teria que morrer em nosso lugar.
Ele morreu, e
com Sua morte, terminou Sua obra de salvação, sofreu tudo o que podia sofrer,
ensinou tudo o que podia ensinar, mostrou o caminho da salvação e uma sexta-
feira à tarde Deus, na pessoa de Jesus, pregado na cruz do Calvário, olha para
o quadro restaurado, salvo, reintegrado, refeito, agora o homem não está
condenado só a viver num mundo de infelicidade; agora ele tem uma saída. Jesus,
lá da cruz, vê a obra de redenção terminada e exclama: "Está tudo muito bom. Está completo. Está
consumado!" Então morre. No sábado, descansa
na tumba, mostrando-nos que ainda resta um dia de repouso depois do Calvário.
Deus havia
doado Tudo que Ele tinha, Jesus. Tudo o que Jesus precisava fazer para
salvar-nos está feito. Não precisamos fazer mais nada. O ser humano, porém, por
algum motivo, não aceita nada que é de graça. Se eu lhe der de presente neste
momento um carro zero quilômetro, último modelo, você vai olhar pra mim e vai
pensar: "O que ele vai me cobrar
depois?" porque neste mundo aparentemente
ninguém entrega nada de graça.
Vivemos num
mundo em que temos que pagar por tudo. Se vamos a uma loja comprar um terno e
vemos que custa 30 reais, não compramos e começamos a pensar: "Não pode
ser. Se está tão barato é porque não presta", porque vivemos num mundo no
qual as coisas que valem, custam muito. Estamos acostumados a pagar, e quanto
mais caro pagamos, temos a impressão de que adquirimos o que é melhor.
Por isso, é
difícil acreditar que se vivemos mal a vida toda, se andamos em pecado e caímos
em miséria, de repente podemos ser salvos de graça, sem pagar nada, sem dar um
centavo. É inacreditável!
Alguém pagou o
preço pra descobrir a penicilina. Aí está o remédio pronto. Mas não vale nada
para o doente que não reconhece que está doente e não quer ir ao médico e que
não aceita o remédio.
A salvação da
raça humana está providenciada na cruz do Calvário. Está tudo feito, tudo pago,
consumado. Mas isso não vale nada para você se você não aceitar, se você não
reconhecer que precisa e não correr aos braços de Jesus.
Quando Jesus
morreu crucificado com os braços abertos, queria dizer: "Filho, estou aqui
de braços abertos esperando por você. Venha a Mim enquanto pode vir. Não
importa se você já falhou uma ou mil vezes. Nunca pense que para você não há
mais chance."
Nós merecemos
morrer, mas um dia, Jesus subiu à montanha do Calvário. Era difícil. Era tão
difícil que na véspera, no Getsêmani, Jesus disse: "Pai, tenho medo de
morrer. Se puderes passa de mim este cálice". Mas o Pai disse:
"Filho, alguém tem que morrer para salvar o ser humano". E Jesus,
olhando para você disse:
"Está
bom. Eu amo você. E não importa o que eu tenha que sofrer, se é para salvar
você, sofro."
Ele sofreu em
nosso lugar. Pregaram Seus pés e Suas mãos. Colocaram uma coroa de espinhos em
Sua fronte, cuspiram em Seu rosto, bateram Nele. Zombaram, caçoaram,
xingaram-No e em silêncio suportou tudo. Então você não tem o direito de dizer
que está perdido. Lá da cruz Ele exclamou: "Está
feito. Está consumado!"
Só resta você
aceitar. Abra seu coração agora. Aceite!
Jesus está esperando.
Oração
Querido Pai, obrigado porque na cruz do Calvário foi pago
o preço de nossa transgressão. Nunca teremos palavras para Te agradecer, mas
muito obrigado pela paz da reconciliação que colocas em nosso coração. Em nome de Jesus. Amém.
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