Ministério de Ensino
IDENTIFICANDO-ME COM CRISTO
Pr. Valni Borges
BEM-AVENTURANÇAS
- 1
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o
reino dos céus” - Mt 5.3
1.
Explicação
Humildade
é difícil de definir ou explicar. Poucas virtudes cristãs são tão mal compreendidas como a humildade.
Temos a tendência de comprar a humildade com timidez, personalidade ou
expressão. Uma pessoa que se anula pode
querer se considerar humilde, quando na realidade pode estar demonstrando uma
forma sutil de orgulho: está pensando só em sim.
Definição
de Webster (dicionário): “Modesto, que não se impõe”. Uma pessoa dinâmica,
sadiamente agressiva como Paulo, era também humilde. A uma pessoa pode faltar
dinamismo por lhe faltar humildade.
Outra
definição de Webster: “posição sem destaque “. Uma posição social ou
hierárquica baixa, necessariamente não tem nada que ver com humildade. Uma
pessoa de elevada posição social pode humildemente usar sua posição para servir
outros.
A
humildade começa com uma atitude de coração e se expressa como uma honesta avaliação de quem eu sou diante de Deus
em Cristo. A humildade me faz rejubilar com os dons que Deus me deu,
assim que eu faço uso deles sem ficar com a glória para mim; me leva a me
alegrar com os dons que outros receberam sem me sentir inferior ou superior,
pelo simples fato de que meus dons são
diferentes dos do outro (2 Co 3.4,5).
Uma
pessoa humilde é de confiança porque reconhece sua incapacidade de realizar
algo sem o poder de Deus. Ele não é acanhado - mas ativo, e nunca dá a
impressão de que está se exaltando no processo.
Uma
pessoa humilde muitas vezes transfere a honra para outros, mas também tem
habilidade para receber louvores sem se embaraçar. Ele não duvida dos dons que
Deus lhe deu, mas reconhece que são dons.
Termos gregos: “penês” e “ptochos”
Podemos
compreender um pouco melhor o que é humildade se analisarmos as palavras gregas
que descrevem o que é “humilde ou pobre de espírito”.
“penês” = termo usado para descrever uma pessoa pobre,
mas que tem o suficiente para as necessidades básicas de
sobrevivência.
“ptochos”= termo
usado para descrever uma pessoa pobre, mas que não tem
absolutamente nada, completamente
desprovido de tudo, sem influência, sem
prestígio e explorada pelos ricos.
Em
Mt 5.3 onde Jesus diz: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é
o reino dos céus”, ele usa a palavra “ptochos”. Com isso Jesus quer dizer:
“Feliz é aquele que percebe estar desprovido de tudo diante de Deus, e que nada
tem em si que é capaz de torná-lo aceitável diante de Deus. Devido a isso é
levado a depositar toda a sua confiança e esperança na graça de Deus que se
torna real para ele em Cristo Jesus.
O resultado ou
conseqüência naquele que é “pobre” ou “humilde de espírito” é: está se
colocando na condição de receber o reino de Deus. “Aquele que se humilhar, será
exaltado” - Lucas 18.14. E em Tg 4. 6 diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes”. Não é um mérito que nos torna aceitáveis diante de Deus,
mas é uma atitude pela qual o pecador não opõe resistência à ação do Espírito
Santo em sua vida. Isso quer dizer que a humildade é o primeiro passo rumo aos
céus. A primeira vez que nos humilhamos diante de Deus foi quando recebemos
Cristo como nosso Salvador e Senhor. Por isso, só quando nos humilhamos é que
nos tornamos participantes do reino de Deus.
A
importância da humildade
1. Humildade
e mansidão são as duas virtudes básicas do caráter de Cristo - Mt 11.28-30.
2. Assim
como o amor está ligado a cada um dos frutos do Espírito (Gl 5.22,23), da mesma
forma cada traço do caráter de Cristo começa com humildade.
3. Toda
bênção espiritual começa com humildade:
·
Para nascer de novo preciso me humilhar - Mt
18.3,4.
·
Para vencer o diabo preciso primeiro me humilhar
diante de Deus - Tg 4.7-10
·
Todo jejum proveitoso deve começar com humildade - Esdras 8.21; Is 58.4.
·
O próprio Jesus foi declarado SENHOR porque se
humilhou - Fp 2.5-11.
·
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes” - Tg 4.6
2) Exemplos de Cristo:
a) Fp
2.5-9 - Jesus deu o maior exemplo de humildade.
b) João 17 - Na oração sacerdotal de Cristo:
·
Fez tudo em obediência ao Pai;
·
Deus toda glória ao Pai.
3) Exemplos de fieis
a) Centurião
de Cafarnaum (Lc 7.1-10). O centurião reconheceu que Jesus poderia exercer
autoridade na esfera espiritual, assim como ele exercia em humildade autoridade
na esfera militar.
b) João Batista (Jo
1.19-28). Jesus o classificou como o
maior dentre os nascidos de mulher. Mas João Batista não ficou com a glória
para sai: “Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas
sandálias não sou digno de levar”(Mt
3.11).
Uma pessoa
humilde é sincera consigo mesma. Conhece sua posição e não procura elevar-se.
Orgulho
sempre se
exalta. Satanás quis e quer ter autoridade igual a Deus.
4) Atitudes positivas em quem é humilde:
a) A
pessoa humilde vive sempre consciente e agradecida de quem ela hoje é em Cristo
diante de Deus - alguém que por si só nada tinha e nada era; agora em Cristo
tudo é e tudo pode - Ef 1.3; Fp 4.13.
b) Rende graças a Deus
quando leva a cabo uma obra.
c) Presta
honras a quem o merece.
d) Para a pessoa humilde
a reputação de Cristo é mais importante do que a dela.
e) A
pessoa humilde encara seus defeitos físicos como provas de ser propriedade
peculiar de Deus - Sl 139.14.
5) Atitudes negativas em que não é humilde:
a) Não
assume seus erros. Vive culpando os outros.
b) Tem grande dificuldade
para dizer: “Estou errado; me perdoa”.
c) Interrompe
o outro enquanto o outro está expressando sua opinião, para dar a dele que
julga ser sempre a melhor. Os planos e idéias dele são sempre melhores do que
as dos outros.
d) Tem inveja dos outros
que estão recebendo louvores.
e) Guarda
ressentimentos contra Deus por suas deficiências físicas.
f) Vive
sempre à espera de elogios e aplausos; e quando os recebe, encabula.
g) Espera
que os outros o cumprimentem primeiro.
h) Quando é criticado,
reage em ira.
i) Tem
espírito crítico: Pv 13.10; Pv 29.23.
j) Sente
alienação diante de Deus - Salmo 19.13:
k) Julga-se mais
espiritual do que os outros e por isso com mais “cartaz” diante de Deus pelo
simples fato de evitar certas comidas, não cortar cabelo, ou não ter certos
vícios.
6) Auto exame :
Quantas vezes já disse: “Por favor, me
perdoa; eu estava errado”?
a) Estou
contente com os dons que Deus me deu?
b) Meus íntimos me
consideram humilde?
c) Aceito
tarefas que são difíceis porque desejo aprender a confiar em Deus, ou recuo
logo por me julgar incapaz de realizá-la?
d) Vibro quando recebo
notícias de quedas de outros cristãos ou sou capaz de “chorar com os que
choram”?
e) Desejo
o sucesso para todos os meus irmãos, mesmo que recebam mais louvor do que eu?
7) Bênçãos na vida de quem é humilde:
1. Passo
básico para receber a Cristo como Salvador, bem como para continuar obedecendo
a Cristo sempre.
2. Felicidade,
descanso e paz. Por ser humilde, Deus o exaltará aprovando sua vida.
3. Terá
atitudes maduras na compreensão de si mesmo do ponto de vista de Deus.
4. Será
cada vez mais forte em seu íntimo o único propósito que Deus estabeleceu para o
homem: glorificar a Deus por sua vida, por seus atos e por suas palavras.
5. A
humildade é a virtude básica para compreender e praticar o princípio da
autoridade.
·
O orgulho
é a base da rebeldia.
·
A
humildade é a base da obediência.
7) Passos básicos para me tornar humilde:
“Deus
opera em vós tanto o querer como o realizar”(Fp 2.12). Deus também prometeu por
meio do profeta Jeremias: “Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também
sobre os seus corações as inscreverei, e eles serão o meu povo” - Jr
31.33.
De
que maneira o Senhor “opera o querer” e “imprime as leis na mente e as inscreve
no coração”? - É quando o Espírito Santo, nosso Mestre, por meio da Palavra de
Deus, nos influencia a tomarmos os seguintes passos e decisões:
1. O
E. Santo me convence primeiro do meu pecado e depois me convence do perdão e da
redenção que há no sangue de Cristo. Deste modo renuncio ao diabo e toda forma
de influência e orgulho satânico, e depois passo a adotar os princípios de vida
de outro Senhor: JESUS CRISTO!!! Movido pela gratidão por ter-me redimido,
passo a servi-lo e obedecê-lo.
2. Satisfazer
diariamente as condições para viver cheio do E.Santo (At 1.8; 2.38; Ef 4.30-32; Ef 5.18-21).
3. Lembrar-me
diariamente do significado do batismo com água: por arrependimento diário
afogar o velho homem e ressuscitar para andar “em novidade de vida” (Rm 6.4).
4. Preparar-se
para participar constantemente da Santa Ceia de maneira digna (1 Co 11.28).
5. Aplicando
diariamente os princípios bíblicos para educar os filhos no temor do Senhor. O
orgulho, a arrogância e o egoísmo se manifestam e se desenvolvem em repetidos
atos de desobediência (Pv 22.15). Quando os pais, humildes e tementes a Deus,
com o seu bom exemplo e palavras sábias, levam os seus filhos a obedecer aos
princípios da Palavra de Deus desde pequenos, e a voltar atrás em atitudes
erradas - esses pais estarão incutindo humildade na criança. Muitos adultos tem
dificuldade para se humilhar e pedir perdão quando erram, porque não aprenderam
a fazer isso desde pequenos (Pv 22.6).
6. Procurando
tirar lições de cada fracasso da vida (Rm 8.28,29). - “Castiga a teu filho
enquanto há esperança” (Pv 18.19), isto é, enquanto ainda aceita disciplina dos
pais. Passada essa fase e o filho ainda não aprendeu a se humilhar, terá de
aprendê-lo por meio der muito sofrimento, isto é, entrando em becos sem saída.
Exemplos:
·
Filho pródigo: Lc 15.17;
·
Manassés:
2 Crônicas 33.10-13.
·
Povo de Israel: 2 Crônicas 7.13,14; Dt 8.2-5
.
O
cristão que encarar todas as dificuldades da vida do ponto de vista de Deus,
vai perceber que por trás de cada uma
delas está a mão amorosa de Deus,
desejando nos humilhar para poder nos exaltar: Rm 5.3,4; 1 Pe 5.5,6.
7. Meditar
constantemente no amor de Deus revelado em Cristo. Clamar perlo sangue de
Cristo.
8. Contemplar
constantemente a glória do Senhor (12 Co 3.18).
9. Orar
como Cristo orava - Mc 1.35.
10. Quando surgir um atrito com um irmão, fazer os
devidos reparos “sem demora” - Mt 5.23-26.
11. Pedir a Deus temor ao seu nome - Pv 2.1-5.
12. Sempre que a paz de Cristo fugir de nosso coração
(Cl 3.15), procurar restaurá-la com o auxílio do E.Santo - Pv 139.23,24.
13. Pelo exercício da disciplina na igreja (Mt 18.15;
1 Tm 5.20).
14. Dia a dia tomar nossa cruz (Lc 9.23), isto é,
renunciar diariamente aos desejos carnais que entristecem o Espírito, para que
assim Cristo possa viver através de nós. Quanto mais praticamos essa renúncia
diária orientados pelo E. Santo, mais humildes nos tornaremos e mais felizes
seremos.
BEM-AVENTURANÇAS
- 2
“Bem-aventurados
os que choram, porque serão consolados” - Mt 5.4
1) Explicação:
O estudo sobre as
bem-aventuranças pode ser chamado de “A verdadeira felicidade”, porque os
princípios que Jesus apresentou são vividos por pessoas que rejeitaram
totalmente o reino deste mundo e renderam suas vidas ao reino de Deus. Isso
requer que os filhos do reino de Deus vivam por princípios diferentes dos da
sociedade secular. Esta é a vida do ponto de vista divino. Isto está bem claro
na segunda bem-aventurança: “Bem-aventurados os que choram porque serão
consolados”.
Que
contradição com os princípios do mundo! A sociedade faz tudo para que não
choremos. Milhões são gastos diariamente em filmes, TV, programas, shows,
livros e revistas para nos fazer rir e esquecer a miséria, problemas e pecado.
Vivemos num mundo de prazer, onde os princípios básicos para uma vida realizada
são: felicidade, alegria e divertimento. Porém, a felicidade verdadeira, do ponto de vista de Deus não é assim. Ela
vem por meio do choro.
O que Jesus quis dizer ao proferir essa
surpreendente frase? O que significa aqui “chorar”? Qual é o tipo de choro que
abençoa?
a) O que essa afirmação não significa?
·
Chorar não quer dizer ficar triste, ter um
semblante de piedade.
·
Chorar não é fazer uma cara de miserável ou
pobre.
·
Esse choro também não é o choro pela perda de um
ente querido.
b) Qual é então o choro que consola?
·
É uma qualidade espiritual desenvolvida a partir
de uma visão de Deus e de si mesmo.
·
É ter um profundo senso de sua pecaminosidade.
A
pessoa que chora no sentido que Jesus quer dar nesta bem-aventurança reconhece
que a alegria e a felicidade não vem necessariamente através das circunstâncias
ou situações. Lemos em Habacuque 3.17-19:
Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide;
o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento, e as ovelhas
sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia eu me alegro
no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.
Enquanto
o mundo procura produzir alegria, aqueles que estão comprometidos com o reino,
reconhecem que a alegria vem como resultado de uma submissão total ao Rei e à
sua vontade. Essa pessoa não precisa
produzir nenhum fruto do Espírito, mas simplesmente submeter sua mente, vontade
e emoções à obra do Espírito que produz essas qualidades nela. Não
importa se o sol está brilhando ou não. Por isso, esse choro que traz consolo não é uma experiência
triste.
Jesus disse
que a pessoa que chora será confortada porque tem uma convicção forte de seu
pecado. Isso a motiva a olhar para o Cordeiro
que tira o pecado do mundo. A felicidade verdadeira vem desse fato.
Lemos na carta aos Hebreus 1.9:
“Amaste a justiça e odiaste
a iniquidade ; por isso Deus, o teu Deus te ungiu com o óleo da alegria como a
nenhum dos teus companheiros.”
O verbo
“chorar” usado por Jesus é o mais forte possível na língua grega. É usado para
expressar o choro pelos mortos. É a mesma palavra usada quando Jacó ouviu que seu filho José fora morto. É aquela
lamentação inconsolável como resultado como resultado da perda de um ente
querido.
A
bem-aventurança “os que choram” vem logo depois de “humildes de espírito”. Quando
o homem vê a Deus em toda sua santidade, bem como a seu coração
desenfreadamente corrupto, é constrangido a chorar. Quando avalia os seus
pensamentos, seus feitos, suas palavras, suas reações e seus motivos - tudo o
leva a chorar amargamente. Quando pergunta a si mesmo: “Por que reajo
negativamente? Por que não consigo vencer aquele pecado e vício em minha vida?
Por que sou orgulhoso, invejoso e ciumento? O que há em mim que me faz ficar
defensivo, áspero e inseguro?
Ao
fazer essas perguntas ele reconhece a
sua natureza pervertida e chora. Quando reconhece o princípio do pecado operando em sua mente carnal e mortal, exclama com o
apóstolo Paulo : “Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta
morte?” (Rm 7.24)
A
bênção não é somente para quem chora por sua própria condição, mas também para
quem chora pela condição da raça humana, seu próximo e a sociedade em geral.
Lemos de Jó:
“Porque este justo (Ló) pelo que via e ouvia quando habitava entre eles,
atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles” -
2 Pedro 2.8.
Aquele que
chora, quando lê os jornais de hoje, fica abismado com as crises mundiais,
políticas e econômicas, sociais, morais e espirituais. É interessante que o
mundo não encara as crises assim. No meio da guerra, da fome, da angústia, da
tristeza, ,continua rindo e tentando ignorar a situação lastimável.
Se
não fosse a promessa de Jesus, os filhos do Rei estariam perdidos em seu choro.
Mas que promessa gloriosa: “Eles serão consolados. ”Isto não é somente uma
promessa futura, quando Deus há de enxugar as lágrimas dos olhos na eternidade,
mas é uma promessa para os dias atuais. O homem que realmente se arrepende dos
seus pecados, que olha para o salvador e que chora: “miserável homem que eu
sou”, também pode exclamar com alegria:
“Graças a Deus pela vitória em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Sim, o choro pelo pecado traz
alegria, consolo e paz, porque somos compelidos a buscar a Deus, o grande
Consolador. Que alegria ter o pecado
perdoado e ser confortado pelo amado Pai! Feliz é o homem que chora!
“Ao
anoitecer pode vir o choro, mas
a
alegria vem pela manhã - Sl 30.5.
Roy Hession, na introdução de seu
livro “A senda do calvário”, escreve: “Para
que Deus possa abençoá-lo através da leitura dessas páginas, você
precisa vir a elas com uma fome profunda no seu coração. Precisa estar possuído
de insatisfação quanto ao estado geral da igreja, e quanto a si mesmo em
particular - especialmente quanto a si
mesmo! Deve estar pronto a permitir que
Deus comece a obra dele primeiramente em sua pessoa, e não em outra. \precisa,
além disso, ser possuído de uma santa expectativa de que Deus pode satisfazer a
sua necessidade e irá fazê-lo. Se é em qualquer sentido um líder cristão , a
urgência do assunto se intensifica. A disposição de admitir sua necessidade e
de ser abençoado determinará o grau de que Deus irá abençoar o povo a quem você
ministra. Acima de tudo é preciso que compreenda a necessidade de ser o
primeiro a se humilhar junto a cruz. Se uma nova sinceridade com respeito ao
pecado se faz necessária entre o seu povo, precisa começar consigo mesmo. O
povo de Nínive se arrependeu quando seu rei se levantou do trono, cobriu-se com
um saco e se assentou nas cinzas como sinal de seu arrependimento. - Não
aconteça, porém, que os leitores que não são líderes, sejam tentados a olhar
para os que são líderes, e fiquem esperando por eles. Deus deseja começar com
cada um de nós. Deus quer começar com VOCÊ!!!
2) Exemplos de Cristo:
a) Lucas 19.41-44:
Jesus chora por Jerusalém, não porque ele (Jesus) estivesse sendo rejeitado,
mas porque o povo não aceitou a salvação que Deus enviara.
b) Lucas 22.44:
Jesus agonizou por causa do pecado da humanidade.
3) Exemplos de fieis:
a) Davi - quando
confessou seu duplo pecado (adultério e homicídio):Salmo 51.1-4,16,17; 2 Sm 11.1-5.
b) Isaías - quando
viu Deus numa visão, chorou. Foi então chamado para uma obra: Is 6.1-8.
c)
O filho pródigo - quando voltou para a casa do seu pai: Lc 15.11-24.
d) Pedro - quando negou a Jesus pela terceira vez - Mt
26.29-75.
4) Atitudes positivas naqueles que choram:
a) Crescem em
temor ao Senhor, pois “o temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a
soberba, a arrogância, o mau caminho, e a boca perversa eu os aborreço” - Pv
8.13.
b) Por ter o temor
do Senhor, cresce em sabedoria. Pv 9.10.
c) Por ter o temor
do Senhor, prolonga os dias de vida. \Pv 10.27.
d) Os filhos
sentem segurança quando vêem o temor do Senhor em seus pais - Pv 14.26.
e) Por ter o temor
do Senhor facilmente não cai em laços de
morte - Pv 14.27.
f) Por
ter o temor do Senhor o mal não o visitará - Pv 19.23.
g) Por ter o temor
do Senhor não será escravo de inveja - Pv 23.17.
5) Atitudes negativas nos que não
aprenderam a chorar o pecado:
a) Falta de visão
- não tem alvo definido em sua vida - Pv 29.18.
b) Insensível à
gravidade do pecado.
c) Espírito
frívolo, gosta de piadas picantes. Acha graça do pecado - Ef 5.4.
d) Orações sem
resposta - Tg 4.2,3.
6) Auto-exame:
a) Gosto de filmes
violentos e de sexo? O pecado me atrai?
b) Aguço os meus
ouvidos quando alguém está contando uma piada picante?
c) Ao ver um irmão
cair em pecado, me entristeço apenas pelo também me irrito com o irmão?
d) Vejo mais os
pecados dos outros do que os meus próprios?
7) Bençãos na vida de quem chora o pecado:
a) Será consolado,
isto é, terá em seu íntimo a verdadeira alegria
e paz de Deus, mesmo em circunstâncias adversas.
b) Por ter uma
atitude correta perante Deus para com o pecado, sua capacidade criativa
florescerá na vida particular e na obra do Senhor.
c) Terá uma vida
profunda de oração, vendo resultados sobrenaturais por meio da mesma.
d) Terá um coração
compassivo e será sensível às necessidades espirituais, mentais e físicas dos
outros.
e) Formará planos
para efetivar essa ajuda aos outros em suas necessidades.
8) Passos e decisões para aprender a chorar
o pecado:
1. Deus
nos torna sensíveis ao pecado pela palavra: “A Palavra de Deus é viva e eficaz,
e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos
e propósitos do coração” - Hb 4.12.
2. Quando
a Palavra de Deus inquieta o homem em seu pecado, o homem começa a buscar Deus.
3. Depois
que o pecador se reconciliar com Deus por meio do perdão em Cristo, a palavra
chave é obediência: “O Espírito Santo que
Deus outorgou aos que lhe obedecem” - At 5.32
4. Pedir
ao E. Santo para derramar um poderoso avivamento, a começar em mim. Avivamento
nada mais é do que uma renovada visão da gravidade do pecado e uma renovadas
visão da graça de Deus revelada e Cristo
(Lc 11.9-13).
5. Dos
pecados que o E. Santo me mostrar, não
descansar até eliminá-los:
6. Confessando-os
em sincera contrição diante de Deus;
7. Olhando
para Cristo que, com seu sangue, expiou as culpas e nos libertou da escravidão
ao pecado e ao diabo;
8. Fazendo
as restituições necessárias como prova do meu arrependimento;
9. Decidindo
não mais repeti-los, com a assistência do E. Santo.
10. Meditar
bastante na paixão e morte de Cristo. Ao fazer isso verei claramente duas
cousas:
11. A gravidade
do meu pecado;
12. O grande
amor de Cristo por mim.
Bem-aventuranças
- 3
“Bem-aventurados
os mansos, porque herdarão a terra” - Mt 5. 5
1) Explicação:
As
bem-aventuranças tratam de nossos relacionamentos: (a) com Deus; (b) com nossos
semelhantes; © e com nossos direitos. Essa terceira bem-aventurança, a da
mansidão, quer nos ensinar a termos atitudes e reações corretas para com as
pessoas que Deus permite se envolverem de uma forma ou outra com nossos bens ou
direitos.
Definição de mansidão:
Uma pessoa mansa é
aquela que não reclama qualquer direito para si. Ela está disposta a submeter
todos os seus bens e direitos pessoais a Deus e passa a considerar tudo o que
tem como lhe tendo sido emprestado
por Deus para o seu trabalho e glória (Larry Coy).
O
processo de levar o crente a submeter todos os seus bens e direitos a Deus é
descrito pelos mestres da Palavra de Deus com as mais diferentes palavras, como
por exemplo:
1.
Watchmann Nee
fala muito em “quebrantamento”.
2.
A Missão JOCUM:
“Renúncia de direitos”
3.
Larry Coy:
“Como vencer a ira e a preocupação”.
4.
O profeta
Jeremias: “Amassar o barro” (Jr 118.1-11).
5.
O apóstolo
Paulo: “Palavra da cruz” (1 Co 1.18).
6.
Jesus: “O
morrer do grão de trigo” (João 12.24).
São
diferentes maneiras de descrever o mesmo processo, mas os resultados são sempre
iguais: descanso, paz, alegria, vida profunda com Deus, etc.
O que são nossos direitos? É
tudo aquilo que Deus planejou e criou para o nosso bem estar espiritual,
mental, emocional, físico e material. Por exemplo: Casamento (Gn 2.18); relacionamento sexual com o cônjuge (11 Co
7.4,5); comida ((Gn 1.29); vestimenta (Mt 6.31,32). Temos ainda a necessidade
de sermos amados, respeitados, de possuir propriedade, de um nome honrado, de
salário digno. A constituição brasileira garante ao cidadão o direito de ir e
vir, de liberdade de culto, etc.
Por que Cristo pede a renúncia de todos
os nossos direitos? Nosso problema é que, mesmo depois da queda do
homem em pecado e depois de ter sido expulso do paraíso, continuamos desejando
comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, isto é, continuamos a
depositar nossa segurança e felicidade mais nas cousas criadas do que no
Criador, que nos é amoroso em Cristo.
Eva “viu” |
1 João 2.16 | Nós
desejamos
“Boa
para se comer"
“Concupiscência da carne”
Sentir algo
“Agradável
aos olhos”
“Concupiscência dos olhos”
| Ter algo
“Desejável para dar entendimento” | “Soberba da vida” Ser alguém
Por isso Jesus
foi tão enfático: “TODO AQUELE QUE NÃO RENUNCIA A TUDO QUANTO TEM NÃO PODE SER MEU
DISCÍPULO’ (Lucas 14.33).
Áreas que Deus pede que lhe entreguemos:
Deus nos deu muitas
responsabilidades. Quando nos zangamos ou ficamos preocupados, estamos tentando
controlar ou mudar algo que Deus nunca pretendeu que mudássemos ou
controlássemos. Quando reagimos ou resistimos, nós negamos a Deus o direito de
fazer o que ele deseja fazer; também temporariamente colocamos de lado o
propósito que Ele queria realizar em nossa vida.
A ira ou ansiedade é sinal de
que há um direito que Deus quer que eu ceda.
A seguir há uma lista de áreas ou
direitos que Deus quer que eu ceda, pois temos a tendência de ficar irados ou
preocupados quando alguém toca nelas. Permita que o seu coração seja um lugar
em que o E. Santo opere. Em oração analise todas as áreas e ceda a Deus cada um
dos direitos – sem esperar nada de volta.
1. Nossa vida - Lc 9.23,24. 8. Nossa saúde - 2 Co 12.7-10
2. Nossa família - Mt 10.37. 9. Nosso
futuro - Mt 6.31-34
3. Nosso dinheiro - Mt 6.24,25 10. Nosso
casamento - 1 Co 7.4,5.
4. Nossos bens - Jó 1.21. 11.
Nossa reputação - Sl 23.3.
5. Nossos amigos - Mt 10.40. 12. Nossos
filhos - Sl 127.3.
6. A música - Ef 5.19. 13. Nosso ministério -
1 Co 3.4-6.
1.
|
Se em alguma dessas áreas você vir
que corre o risco de se ver privado desse direito, e começar a ficar agitado
emocionalmente, é porque o teu coração está àquele direito. Deus está
permitindo alguém tocar, porque Ele, com os seus olhos oniscientes, está
percebendo que é um ídolo para você. E Deus quer ocupar o primeiro lugar no teu
coração. Por isso Jesus disse: Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e
siga-me”. Significa seguir o seu exemplo de renúncia a todos os
privilégios, ao emprego do tempo, aos prazeres mesquinhos, a fim de que outrem
possa receber vida eterna.
“Enquanto cada igreja cristã não se submeter a esse tipo
de renúncia, de morte, a vida verdadeira não brotará dela. Se os membros de uma
congregação ou grupo cristão, por menor que seja, estiverem dispostos a morrer
para os seus privilégios, esse grupo poderá abalar o mundo. Se cada crente que
o compõe disser: Meu tempo não me pertence, nem o meu dinheiro, nem meus
privilégios, nem minha família; estou nas mãos de Deus, do mesmo modo como
Jesus estava quando toou a cruz, esta
célula cristã convulsionará o mundo.” (Larry Christenson em: “Mente
Renovada”).
2. Exemplos de Cristo:
Fp
2.5-9: Texto básico para a renúncia de direitos:
“A atitude de vocês deve ser semelhante àquela que foi mostrada por
Jesus Cristo que, embora fosse Deus, não
exigiu nem tampouco se apegou a seus direitos como Deus, mas pôs de lado seu
imenso poder e sua glória ... Foi por
causa disso que Deus o elevou até às alturas dos céus” (Novo Testamento Vivo).
a)
Mt 8.20 - “O
Folho do homem não tem onde reclinar a
sua cabeça”.
b)
1 Pedro
2.21-23: Jesus renunciou ao direito de ser respeitado.
3) Exemplos de fiéis:
a)
Gn 22.1-19:
Deus provou a Abraão. Abraão renunciou ao direito de ter seu único filho Isaque
vivo com ele.
b)
Atos 12.1-8:
Pedro, na prisão, sabendo que no dia seguinte seria morto, dormia
tranqüilamente. Renunciou ao direito de viver.
c)
He 10.34: Os
primeiros cristãos foram espoliados dos seus bens por causa de sua fé em
Cristo, e não reclamaram.
4) Atitudes positivas em quem é manso:
a)
Satisfação
íntima - Sl 22.26.
b)
Um princípio
essencial para vencer a ira - Sl 37.8-11.
c)
Tranqüilidade -
Mt 11.28-30.
d)
Um dos fatores
básicos para ter sensibilidade em ouvira voz - Sl 25.9.
e)
Velhice
tranqüila - Salmo 92.12-15.
f)
Qualidade
essencial para ajudar a levantar os que caíram em pecado - Gálatas 6.1.
g)
Qualidade
essencial para podermos ensinar aos rebeldes - 2 Tm 2.23-25.
5) Atitudes negativas em quem não é manso:
a) Espírito
obstinado e rebelde - 1 Sm 15.23.
b) Espírito de
ansiedade - Fp 4.6.
c) Espírito
irritado - Ef 4.30; Pv 14.17.
d) “INJUSTIÇA” !!! - Esta é a
palavra mais falada e pensada por aqueles em quem falta à mansidão. Sempre vive
a reclamar os seus direitos. Há uma
fórmula que sempre devemos lembrar:
Meus direitos = Deveres
do outro.
Meus
deveres = Direitos do outro.
Há
muita bênção quando pensamos sós em nossos deveres; mas frustração quando
pensamos sós em nossos direitos.
6) AUTO-EXAME:
a) Quando alguém
me maltrata, respondo procurando vingar-me ou respondo com mansidão?
b) Se alguma coisa
de minha propriedade for usada sem minha permissão, e for danificada, como eu
reajo: em ira ou calma?
c) Se alguém me
acusa, reajo defensivamente, revidando, ou entrego o caso àquele que julga retamente?
d) Quem é
responsável para punir as pessoas que me caluniam?
7) Bênçãos da mansidão:
a) Poder para
viver sobrenaturalmente pela fé.
b) Capacidade para
se aproximar das promessas de Deus.
c) Vitória sobre a
ira e a preocupação.
d) A principal
qualidade de uma esposa bonita - 1 Pe 3.3,4.
8) PASSOS PARA RENUNCIAR AOS DIREITOS E
ASSIM ADQUIRIR MANSIDÃO
1. Entregar a vida Jesus Cristo.
2.
Tendo por base
nosso relacionamento com Deus por meio de Cristo, me lembrar de que Deus
está envolvido em cada detalhe de minha vida para, por meio disso, aperfeiçoar
o meu caráter (Rm 8.28,29; Lc 12.7).
Baseados nessa verdade, nunca podem dizer quando qualquer coisa nos acontece: “nesse acontecimento Deus não está
envolvido”. Está, sim!!!
3.
Por isso, o
passo seguinte é identificar todos os meus direitos que estão sendo negados e
violados.
4.
Se meu direito
negado ou violado me irritou, encarar essa irritação como um sinal de que Deus
está me pedindo de que eu entregue a ele esse direito a ele.
5.
Renunciar ao
diabo que me enganou, levando-me a depender daquele direito como fonte de
segurança, de preenchimento de significado, e preenchimento de minha carência
afetiva.
6.
Em oração, transfira cada um dos
direitos que estavam sendo negados, para Deus. Coloque todos os seus direitos
sobre o altar. Depois curve sua cabeça e diga a Deus que você está dando tudo a
Ele, que Ele pode fazer com os seus direitos como melhor lhe aprouver. Isto
quer dizer que você não tem direito algum sobre os seus próprios planos,
vontades, bens, amigos, opiniões, reputação, etc. Todos os seus direitos
pertencem agora a Deus. Olha para Jesus na cruz. Ele fez assim.
7.
Esperar que
Deus teste essa entrega feita a Ele. Depois que cada direito tiver sido
entregue a Deus, Ele permitirá que ocorram situações em que esses direitos nos serão negados. Essa
experiência virá para ver se o direito foi realmente entregue. Se a ira ocorrer
novamente, isso significa que tomei esse direito de volta. Será necessário
entregar mais uma vez cada direito a Deus.
8.
Tome o
propósito de agradecer a Deus, aconteça o que acontecer. Esse propósito é uma
prova de confiança na providência e soberania de Deus sobre minha vida.
9.
Daqui por diante use a raiva como sistema
de alarme. Quando a raiva surgir, diga logo: “Senhor, qual é o direito que
queres que eu te entregue?”?
10.
Descobrir a reação de Deus quando “perdemos” nossos
direitos, pois os entregamos a Ele. Quando abrimos mão de um direito passamos a
experimentar uma sensação de “perda” pessoal. É importante que a pessoa
reconheça: “Deus está operando seu propósito em minha vida”. Isso aconteceu com
Jó quando disse: “O Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do
Senhor” - Jó 1.21.
Bem-aventuranças
- 4
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
fartos” - Mt 5.6
1) Explicação:
Na
primeira bem-aventurança (os humildes) aprendemos a reconhecer que, de nós
mesmos, nada temos para nos justificar perante Deus. Na segunda (os que choram)
aprendemos que esse choro é uma atitude de inconformismo para com para com o
pecado ao nosso redor; aprendemos também a chorar amargamente quando percebemos
o quanto Jesus teve que sofrer por causa dos nossos pecados. Na terceira
(mansidão) aprendemos a visualizar quem nós somos e quem é Deus; aprendemos
também a abrir mão de nossos bens e direitos, aos quais nos apegamos como tábua
de salvação. Abrindo mão passamos a depender realmente de Deus.
Essas
três bem-aventuranças nos preparam para a quarta: “Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque serão fartos”. Essa bem-aventurança nos mostra a
real causa de todos os nossos problemas: nossa
condição de pecadores. Não são os outros a causa de nossos problemas, mas
nossa natureza pecaminosa, e a nossa maneira errada de reagir aos
acontecimentos que todos os dias nos cercam. A descoberta dessas verdades nos
motiva a querermos uma vida espiritual num nível mais elevado. É isso que
significa: “ter fome e sede de justiça”.
“Justiça”
A
justiça a que Jesus está se referindo não é o desejo de que os outros nos
tratem com justiça. Não é buscar os seus direitos na justiça dos homens. Disso
aprende a abrir mão no estudo de mansidão. Mas essa justiça é o anseio e o desejo por retidão.
As
pessoas a quem Jesus proferiu essas palavras pela primeira vez, sabiam por
experiência o que é ter fome e sede físicas. Causa uma ansiedade muito grande.
Quando as pessoas aprenderem a sentir anseio por justiça, isto é, por retidão,
assim como sentem por pão e água quando estão com fome, Jesus promete: “serão
fartos”.
Em outras palavras: ter fome e sede de justiça
é o mesmo que dizer: ter ardente
desejo por retidão. Esse desejo por retidão é despertado em nós de duas
maneiras: 1. Pela gratidão do perdão; 2. Pela visão da retidão de Deus. Em
cada pessoa existe um vazio com formato de Deus.
Enganos do
diabo
A
arma mais poderosa do diabo na vida do homem é o engano: “Satanás se transforma
em anjo de luz” (2 Co 11.14). Visto que o engano é a ação dele em nossa mente,
por isso o diabo nos faz pensar de maneira errada e assim deixarmos de ser
abençoados por Deus:
1. Confunde a busca de felicidades com a
busca de santidade. Temos que nos lembrar que a felicidade é um fruto
ou conseqüência da santidade. Lemos em Hb 1.9: “Amaste a justiça e odiaste a
iniqüidade, por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria como a
nenhum dos teus companheiros”.
2. Rouba a certeza da salvação: (2
Co 11.3). Depois que na mente do crente começou a embaralhar o plano da
salvação, o diabo o engana a pensar que por meio da retidão poderá alcançar a
salvação e assim a paz com Deus. Essa é a salvação por obras. Por isso é que
podemos ver pessoas se esforçando no reino de Deus, não por gratidão pelo
perdão e temor diante da santidade de Deus. Esforça-se por medo do castigo de
Deus e medo do inferno. Pessoas assim acabam secando espiritualmente. É a
justificação por obras em ação.
Confusão sobre o valor da bênção: Muitos vivem em busca de
uma vida sem problemas. Daí o motivo porque muitos vivem reclamando das
dificuldades e problemas. Quando uma dificuldade ou problema é resolvido, chama
isso de bênção. Isso se assemelha a um cristianismo sem cruz.
Qual é o valor da bênção? A
bênção não nos amadurece. Ela apenas nos prepara e nos fortalece para a luta. E
é na luta que amadurecemos. Por isso o grande valor das lutas e problemas é que
por meio deles somos amadurecidos em Cristo. Esse é o grande alvo de Deus para
nós: sermos parecidos com Cristo. Rm
8.28,29.
O que
buscas: vitória ou alívio?
Vitória - Implica em
transformação, crescimento e amadurecimento em Cristo. Quem busca vitória
considera cada
problema que está enfrentando como um instrumento de Deus para sua
purificação e aperfeiçoamento.
Alívio -
Buscar alívio é fugir do problema. É beber vinho com fel. Quando deram
vinho com fel para Jesus (é uma
composição que age como anestésico), queriam dar a Jesus a oportunidade
de sentir um alívio das dores.
Jesus recusou. No Getsêmani Jesus orou: “Pai, se possível, passe de mim
este cálice! Todavia, não seja
como eu quero, e, sim, como tu queres”.
Vitória
- Quem busca vitória, se
arrepende.
Alívio - Quem
só busca alívio, sempre culpa os outros por seus sofrimentos. Quem pensa: “Só
serei feliz quando
tal e tal problema se resolver”, não está
buscando transformação e vitória. Só quer alívio. É egoísmo.
Vitória - Quem busca vitória pensa em santificar o
nome de Deus, pensa mais na glória de Cristo, pensa não
envergonhar o nome de Deus - Is 62.6,7.
Alívio
- Quem busca alívio só pensa na sua própria felicidade e prazer. Os
outros que se danem.
O que mata
em nós a fome e sede por justiça?
É
a “impureza e acúmulo de maldade” conforme escreve Tiago 1.21: “Despojando-vos
de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós
implantada”.
Algumas
impurezas e maldades que tiram o apetite espiritual:
1. Não
separar um tempo considerável para estar a sós com Deus na Palavra e na oração.
2. Desobediência
constante às verdades já reveladas pelo E. Santo. Nm 14.22,23.
3. Hipocrisia:
aparentar uma cousa que no íntimo não somos. Por ex: pregar sem se preparar;
não mencionar a origem das pregações; vida dupla - em casa e no púlpito.
4. Pecado
de sexo por pensamentos, desejos, palavras ou atos: Mt 5.8; Pv 23.7; Pv 28.13.
5. Ressentimento
- entristece o E. Santo - Ef 4.30,31; Hb 12.15.
6. Tocar
no ungido de Deus - Sl 105.15; Mt 7.1,2. Míriam ficou leprosa e Mical estéril.
7. Orgulho:
Ficar para si com a glória que pertence a Deus: Malaquias 2.1,2; também é sinal
de orgulho o não aceitar correção: Pv 29.1; Pv 13.1.
8. Ciúme:
por denominações ou ministérios (1 Sm 18.8-10).
9. Rebeldia
- 1 Sm 15.23.
10. Temor de homens - Mt 10.28. Quem teme a Deus, não
teme a homens. Temer aos homens é ter medo de se posicionar ao lado dos
princípios de Deus com medo das conseqüências por parte dos homens. Ex: Medo de
ser impopular - Mt 10.32.
11. Não satisfazer diariamente as condições para ser
cheio do E. Santo - Ef 5.15-21.
2) Exemplos de Cristo:
·
Lc 2.49-52: “Não sabeis que me convinha estar na
casa de meu Pai?”.
·
Jo 2.16,17: “O zelo de tua casa me consumirá”.
·
Jo 14.24,25: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome e
ainda o farei”.
3) Exemplos de fieis:
·
At 2.42-47 - “perseveravam na doutrina dos
apóstolos...”
·
At 6.7 - “crescia a palavra de Deus e, em
Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos”.
·
At 11.1 - “os gentios recebiam a Palavra de
Deus”.
·
At 12.24 - “a palavra de Deus crescia e se
multiplicava”.
·
At 17.11 - “os de Bereia eram mais nobres que os
de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez”.
4) Atitudes positivas em quem tem fome e sede de justiça:
1. “Acha
tempo” para se ocupar com a palavra e a oração.
2. Tem
facilidade para deixar de lado tudo o que poderia interferir nos seus momentos
de busca: TV, esportes.
3. Investe
tempo e dinheiro nas cousas de Deus: livros, discos evangélicos, assistir
conferências e seminários.
5) Atitudes negativas em quem não tem fome
e sede de justiça:
1. Pessoa
vazia. Sente muita solidão.
2. Vive
sempre em busca de cousas terrenas para compensar a falta de cousas celestiais
em seu interior.
3. Atitude
de desinteresse espiritual.
4. Todas
as suas energias espirituais, emocionais e até físicas são consumidas em planos
e projetos q eu acabam com a volta de
Cristo. Nada do que faz ou planeja fazer visa preparar a noiva para o encontro
com o noivo.
6) Auto exame:
1. Manifesto
o desejo de crescer espiritualmente?
2. Quando
o E. Santo me mostra uma fraqueza, manifesto atitude complacente do tipo “todo
mundo faz isso; por que não posso também?”
3. Busco
justificativa para não dedicar um tempo considerável para me dedicar à palavra
e a oração?
4. Digo
que não tenho tempo para meditar e orar, mas gastei muitas horas vendo TV?
7) Bênçãos na vida de quem tem fome e sede
de justiça:
1. Alegria
crescente - Sl 1.2,3.
2. Espírito
satisfeito.
3. Crescimento
espiritual. Eles crêem na promessa: “serão fartos”, isto é, Deus mudará o
interior da pessoa, dará vitória sobre fraquezas.
4. Aceitam
como verdade as seguintes afirmações:
·
Não há segredo para sermos homens de Deus - é só
começar a lutar contra o pecado.
·
Todos alcançam o nível de espiritualidade que querem ter.
·
Não temos um nível mais alto de espiritualidade
porque não queremos pagar o preço.
5. Meditam
constantemente nos seguintes textos: Ez 11.19,20; Jr 29.13,14; Fp 4.13; Gl
2.19,20.
Barreiras que nos impedem de crermos que
“seremos fartos”
1.
Incredulidade:
assim como muitos tem forte
tendência para duvidarem da proteção de Deus em todos os momentos da vida,
assim também alimentam dúvidas de que “serão fartos”, isto é, de que alcançarão
vitória sobre pecados e fraquezas.
2.
Falta de
perseverança: A santificação é um processo lento. Muitos querem solução
rápida, e de preferência que não custe nada. Jesus disse: “toma a tua cruz e
segue-me”.
3.
Não vivem por
fé, mas por emoção: As emoções do início da conversão passam, para que
assim continuemos buscando a Deus por fé na Palavra. Muitos não entendem isso e
logo desanimam.
4.
Cegueira e
orgulho: Muitos são cegos para “enxergar” a mão de Deus por trás das
dificuldades para levá-los ao quebrantamento. Não encaram os problemas como o
“amassar do barro” do Oleiro Celeste. E por causa do orgulho, não se humilham.
5.
Traumas ainda
não sarados: A amargura entristece o E. Santo e assim não conseguem
perceber o amor de Deus. Precisa começar pelo perdão. Depois que o pecador
alcançar vitória sobre a amargura, nasce uma luz de esperança em relação aos
demais problemas.
8) Passos para desenvolver fome e sede de
justiça e depois sermos fartos:
1. Receber
Cristo como Senhor e Salvador.
2. Examinar
a relação de pecados que tiram pela justiça de Deus.
3. Abrir
a Bíblia com uma pergunta no coração: “Senhor, por que minha vida não
funciona?” Deus vai revelar a causa e a solução.
4. Por
decisão própria estabelecer e colocar em prática um plano sistemático de estudo
da Palavra de Deus com um objetivo claro: interiorizar os princípios da Palavra
de Deus.
5. Medita
no exemplo de homens da Bíblia que venceram.
6. Meditar
constantemente nas bênçãos que temos pela morte, ressurreição e ascensão de
Cristo. Esses três acontecimentos são a melhor garantia de que “serei farto”,
isto é, vitorioso sobre todos os meus pecados e fraquezas.
Bem-aventuranças
- 5
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”
- Mt 5.7
A
palavra grega que melhor exprime o amor de Deus é “ágape”. É o tipo de amor que
leva uma pessoa a se sacrificar pela outra, mesmo que a outra rejeite seu
sacrifício. O amor “ágape”, por isso, está mais centralizado na nossa vontade
dos que em nossas emoções.
Foi
o amor “ágape” de Deus que levou Jesus a se fazer homem e morrer por nós; foi o
amor “ágape” que levou Estevão a perdoar os que o apedrejaram. Uma faceta desse amor sacrificial é a
“misericórdia”. Outras traduções para misericórdia podem ser:
compaixão, amor terno. Por isso, misericórdia é a habilidade de se colocar “na
pele” do outro. Habilidade para ver, sentir e pensar como o outro. É a
habilidade de se colocar na situação do outro para poder se identificar
totalmente com a experiência triste que
o outro está vivendo. O sinônimo de misericórdia é “compaixão” formada de duas palavras
latinas: “com” + “paixão” = “sofrer
com”.
Em
resumo, o que Jesus está querendo dizer nessa bem-aventurança é: “Feliz o homem
que se coloca “na pele” de outra pessoa até que veja, pense e sinta como se
fosse ela. É através desta
identificação que ele poderá alcançá-la e ser misericordioso. O homem que assim
procede será motivado a isso porque entende como Deus tem sido misericordioso
em Jesus Cristo para com ele.
O povo grego
considerava ser indigno para uma divindade se envolver com as condições
desagradáveis de um ser humano. Os estóicos, que são uma espécie de seita entre
os gregos, cultivavam a apatia (falta de sentimento). Pensavam que, se a
situação de miséria do outro me comover, estarei me colocando debaixo do
controle do outro. Isso é um conceito
totalmente errado: a misericórdia é o controle de Deus sobre nossas emoções,
motivações e ações para ajudar a quem estão em necessidade. Quando
assim procedemos, estaremos demonstrando aos necessitados uma faceta do caráter
de Deus.
Temos
que tomar cuidado para não confundir misericórdia com “sentir pena” da outra
pessoa. Quando sentimos “pena” da outra pessoa, estamos julgando Deus de
injusto. Tipo: “Coitado do homem, não merecia isso”. Sempre se lembrar que Deus
é senhor de todas as circunstâncias da vida dos seus filhos. Ele apenas permite
que lhe ocorram situações pelas quais seu filho vai crescer. - Rm 8.28,29; 2 Co
12.7-10.
Texto
clássico para “sentir pena” - Mt
16.21-23. Jesus havia predito que, ao ir a Jerusalém, seria preso, maltratado
e morto pelos judeus. Quando Pedro ouviu
isso, disse: “Tem compaixão de ti, Senhor, isso de modo algum te
acontecerá”. Jesus disse a Pedro: “Arreda Satanás”. O
diabo conseguiu falar através de Pedro, por causa de um falso sentimento de
compaixão. O diabo se aproveitou disso para tentar demover Jesus da idéia de
morrer voluntariamente na cruz.
2) Exemplos de Cristo:
·
“O Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai” - Jo 1.14.
·
“Vendo ele (Jesus) as multidões, compadeceu-se
delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor” - Mt
9.36
·
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa
do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos
deu vida juntamente com Cristo - pela graça sois salvos.” Ef 2.4,5
3) Exemplos de fiéis:
·
“Apedrejavam a Estevão que ...ajoelhando-se,
clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”- At 7.59,60.
·
2 Co 8.1- 4: os cristãos da Macedônia se
compadeceram dos irmãos da Judeia que passavam fome.
4) Atitudes positivas ma vida de quem se
torna misericordioso:
·
Tem facilidade para perdoar a quem o prejudicou,
feriu ou rejeitou.
·
Tem facilidade para compreender o amor de Deus
por ele.
·
Tem facilidade para comunicar o amor de Deus aos
outros - Pv 19.22: “O que torna agradável o homem é a sua misericórdia”.
5) Atitudes negativas na vida de quem não é misericordioso:
·
Ira :
“O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as
transgressões” - Pv 29.22.
·
Espírito ferido: “O espírito firme sustém
o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar”? - Pv
18.14.
·
Raiz de amargura: “Segui a paz com todos
e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando diligentemente
porque ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma
raiz de amargura que, brotando, vos
perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados” - Hb 12.14,15.
6) Auto exame: (cada pessoa
demonstra misericórdia de acordo com o seu dom ou ministério)
1. Quando
Deus desperta misericórdia em mim por outro, faço algo por essa pessoa? - Tg
2.15,16.
2. Procuro
servir as pessoas por pena ou por compaixão?
3. Meu
orgulho às vezes me impede de mostrar compaixão?
4. Considero
fraca a pessoa que mostra misericórdia?
5. Geralmente
as mulheres são mais misericordiosas do que os homens?
6. Sinto-me
culpado por me abster de mostrar misericórdia?
7. A
miséria dos outros normalmente desperta em mim sentimentos de misericórdia?
8. Sou
capaz de mostrar misericórdia por pessoas cujos problemas me irritam?
9. Como
expresso misericórdia?
10. Faço do
amor pelos outros o maior alvo de minha vida?
11. Estou
cooperando com Deus para me tornar um instrumento do seu perfeito amor?
7) Bênçãos na vida de quem vai se tornando
misericordioso.
1. Estará
se tornando luz do mundo. Por causa dos seus atos de misericórdia, muitos darão
glória a Deus. Mt 5.14 -16.
2. Estará
se tornando sal da terra. O caráter de Deus estará se manifestando através
deles e assim o nível moral da sociedade estará sendo purificado. O sal tem
três utilidades: conserva, dá sabor e provoca sede - sede por uma vida mais
santificada.
3. Estará
se tornando “o bom perfume de Cristo” - 2 Co 3.14,15.
4. Alcançará
misericórdia. Vai colher o que semeou - Gl
6.7-10.
8) Passos e decisões para me tornar
misericordioso:
1. Aceitar
Cristo como nosso Senhor e Salvador. Sem Cristo exerceremos misericórdia para
nos sentirmos bem. Com Cristo procuraremos ser misericordiosos, mesmo que nos
custe a vida.
2. Reconhecer
diante de Deus que não sou misericordioso.
3. Em
arrependimento diante de Deus, renunciar ao diabo que instilou em mim
princípios e atitudes opostas à misericórdia: “Não tenha cada um em vista o que
é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” - Fp 2.4.
4. Constantemente
contemplar a misericórdia que Deus usou para comigo, agradecendo e louvando a
Deus por isso.
5. Contemplar
os atos de misericórdia praticados por Jesus e por outros fieis.
6. Pedir
a Deus um coração misericordioso.
7. Praticar
atos de misericórdia. No início serão pesados; mas com o passar do tempo se transformarão
em alegria. Jesus prometeu: os misericordiosos alcançarão misericórdia.
Bem-aventuranças
- 6
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” - Mt 5.8
1.
Explicação:
Deus
não pede nada de ninguém que não faça parte também do seu ser. Ele diz: “Santos
sereis, porque eu sou santo” (Lv 11.44). A redenção do pecado não somente nos
garante o perdão, mas também a santificação, e desta maneira nos tornamos
parecidos com Deus. Uma das conseqüências mais gloriosas da nossa salvação é
que por causa dela nos tornamos co-participantes da NATUREZA DIVINA (2 Pe 1.4).
O atributo moral de Deus que é
básico para todos os outros é a sua santidade. Por isso ele pede que sejamos
limpos de coração. Por santidade nós entendemos separação de tudo que é pecaminoso.
A santidade de Deus separa Deus das criaturas pecaminosas e exige pureza
absoluta daqueles que desejam ter comunhão com Ele.
A palavra
“limpo” era usada:
·
para roupas sujas que foram lavadas;
·
para trigo debulhada de toda palha;
·
para um exército depurado de soldado covarde,
descontente e incapaz;
·
para o leite puro, sem ser diluído com água;
·
para o metal purificado de todas as impurezas.
Por
isso Deus pede de nós santidade. O nome de Deus é chamado de santo e o seu
trono é santo. Sua lei e seus propósitos são santos. Tudo o que Deus tocar, se
torna santo. Ele chama o seu povo para ser uma nação santa, um sacerdócio
santo, para viver numa terra santa, em uma cidade santa. Os santos anjos
exaltam o Senhor por sua santidade. Eles não exclamam: “Deus é amor! Deus é
amor! Deus é amor!”, mas sim, “Santo, Santo, Santo é Deus!”.
Deus
deu sua lei, os 10 mandamentos, para imprimir em seu povo a importância de sua
santidade, bem como a necessidade de nossa santidade. Tudo que Deus tocar, se
torna santo. A maior revelação de Deus é Cristo. O Espírito Santo foi enviado
pelo Pai para ensinar ao povo a respeito da pessoa de Cristo. A noiva que está
sendo preparada para Jesus deve ser santa e sem defeito. Áreas
da pureza: 1. Pureza de motivações;
2. Pureza moral; 3. Pureza de consciência.
(1) Pureza de motivações
A
expressão de Jesus “limpos de coração” tem a ver com nossas motivações. “Do
coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Para entendermos isso precisamos
compreender que a vida do ser humano se desenvolve em 3 níveis:
1. -
Nível descoberto: são nossos atos exteriores, visíveis a todos;
2. -
Nível encoberto: são nossos desejos, pensamentos, invisíveis aos que estão à
nossa volta.
3. -
Abaixo da linha de fundo: NOSSAS MOTIVAÇÕES.
Motivações corretas geram
pensamentos corretos, que por usa vez geram ações corretas. Motivações impuras
geram pensamentos impuros, que por sua vez geram ações impuras.
O que é hipocrisia? É quando
encobrimos motivações impuras com atos exteriores aparentemente puros. Orar e
dar esmolas são atos em si puros. Mas Jesus disse: “Quando, pois, deres
esmolas, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas
sinagogas e nas ruas para serem glorificados pelos homens” - Mt 6.2.
Ou: “E, quando orardes, não seres como os hipócritas; porque gostam de
orar em pé nas sinagogas e nos cantos
das praças, para serem vistos dos homens” - Mt 6.5.
Como
descobrir se nossas motivações são corretas, se nossos corações são puros?
Através de um “detetor de mentiras” podemos descobrir tudo. Em Mt 6.24 Jesus
diz: “Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não andeis
ansiosos pela vossa vida”. A ansiedade é um sintoma de que em alguma área de
nossa vida Cristo não está sendo Senhor. Por isso, se um diácono perde o cargo
e fica nervoso, seu nervosismo demonstra que a motivação para exercer aquele
cargo era mais para satisfação pessoal e não para servir a Deus e aos irmãos.
(2) Pureza moral
Paulo resume o
anseio o anseio do coração de Deus para o seu povo nas palavras: “Esta é à
vontade de Deus”,
a vossa santificação: que vos
abstenhais da prostituição ... porque Deus não nos chamou para a impureza, e,
sim, em santificação” - 1 TS 4.3,7. Ser puro é discordar da inclinação
pecaminosa de nossa carne, lutar contra essa inclinação, é alimentar
constantemente esse desejo por santificação. A santificação é um processo
diário: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-me” (Lc 9.23).
(3) Pureza de consciência:
“Uma consciência limpa é a
alegria interior e a paz de espírito que resultam de se ter acertado todos os
erros pessoais com aqueles a quem se tenha ofendido”. Para saber o que
precisa acertado, fazemos quatro perguntas:
1. Existe
alguma coisa em meu passado que sempre que me lembro, eu preferia que nunca tivesse acontecido?
2. Você
conhece pessoas que não gostam de você ? Será por causa de alguma ofensa que
você tenha cometido contra elas?
3. Há
alguém para quem eu tenha falhado como exemplo de cristão? (principalmente na
área da moral)?
4. Haverá
alguém cuja autoridade você deixou de respeitar?
2) Exemplos de Cristo:
·
“Quem dentre vós me convence de pecado?” - Jo
8.46.
·
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar
alguém a própria vida em favor dos seus
amigos” - Jo 15.13.
3) Exemplos bíblicos de pessoas fieis:
·
José no Egito: “Como, pois, cometeria eu tamanha
maldade e pecaria contra Deus?” - Gn 39.9. Resposta de José diante da tentação
da mulher de Potifar para adulterar com ela.
·
Palavras de Jesus a respeito de Natanael: “Eis
um verdadeiro israelita em quem não há dolo” - Jo 1.47.
·
Paulo: “Me esforço por ter consciência pura
diante de Deus e dos homens” - At 24.16.
4) Atitudes positivas do limpo de coração:
·
Domínio próprio espiritual, mental e físico.
·
Apreciação da vida do ponto de vista de Deus.
5) Atitudes negativas em quem não é limpo
de coração:
·
Pensamentos impuros - Rm 1.28
·
Sensualidade - Jd 19.
·
Desejos incontroláveis - 1 TS 4.7,8.
6) Auto exame:
·
Esforço-me para me tornar santo como meu Pai dos
céus?
·
Estou disposto a rejeitar pensamentos imorais
assim que eu poderei apresentar corpo, alma e espírito puros a Deus?
·
Considero-me culpado de atos impuros, mesmo que
ninguém os tenha visto?
·
Oriento-me pelos padrões de Deus para pureza?
·
Desejo me casar com alguém que tem elevados
padrões morais?
·
Desejo ser um cônjuge com elevados padrões
morais?
7) Bênçãos na vida de quem é limpo de coração:
·
“Verão a Deus”, isto é, terão mais íntima
comunhão com Deus na Palavra e na oração: Jó 42.5; Sl 25.14.
·
“Verão a Deus” - face a face no céu
8) Passos e decisões para me tornar limpo
de coração: Em geral não cremos
que Deus tenha solução para nossos problemas de impureza: pensamentos íntimos,
sexo e motivação. Essa descrença é um dos obstáculos à entrega total de nossa
vida a Cristo. Mas Deus diz em Ez 36.26: “Porei em vós o meu Espírito, e farei
que andeis nos meus estatutos”. De que maneira o Espírito Santo fará isso?
Quando nos leva a tomar as seguintes decisões:
1. Entregar
a vida Jesus Cristo.
2. Reconhecer:
“Não sou puro de coração”.
3. Sabendo
que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” quero agora que
essa pureza se torne real no meu dia a dia. Para isso, por uma consciente
decisão de minha vontade, me comprometer com Deus de buscar um padrão de
absoluta pureza moral”. Posso tomar essa decisão crendo em Rm 6.14: “O pecado
não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei e, sim, da graça”.
4. Pedir
ao E. Santo sondar o meu coração - Sl 139.23,24.
5. Meditar
na Palavra de Deus, pois é por meio dela que o E.Santo se torna “EFICAZ PARA
DISCERNIR PENSAMENTOS E PPPPROPÓSITOS DO CORAÇÃO” - Hb 4.12.
6. Crer
no poder de Cristo em mim para me dar vitória sobre toda impureza do meu
coração - Gl 2.19,20.
7. Ficar
atento a cada ansiedade e fracasso em minha vida. Eles revelam falsas
motivações. “Toda tribulação traz
consigo uma mensagem do coração de Deus” (Alexander Maclaren).
8. Tão
logo o E. Santo me convencer de pecado: me humilhar em arrependimento: crer no
poder purificador do sangue de Cristo, e fazer as necessárias restituições.
Bem-aventuranças
- 7
“Bem-aventurados
os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” - Mt 5.9
1) Explicação:
O
que é ser um pacificador? Charles de Gaulle, ex-presidente da França, disse:
“Enquanto houver fome no mundo, não haverá paz”. De Gaulle estava errado. A
causa básica da falta de paz não é a fome, mas a presença do pecado no coração
do homem. A fome, juntamente com a guerra, é conseqüência do pecado e da
desobediência do homem. A ONU e outros organismos internacionais se esforçam
para promover a paz, mas não logram êxito, pois o mundo rejeita o Príncipe da
Paz - Jesus. A paz entre os homens começa com a paz entre os homens e Deus.
A
palavra paz no hebraico é “shalom”. No grego é “eirene”. Essas palavras não
significam “ausência de problemas”. Significam sim, segurança no meio dos problemas e da agitação do mundo em que
vivemos. “Tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia
mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6.13).
Paulo escreveu: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos,
porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não
destruídos” (2 Co 4.8,9).
Características
do pacificador
1. Desenvolveu os traços do
caráter de Cristo descritos nas bem-aventuranças, especialmente humildade,
mansidão, coração limpo e perdão.
2. Visto que aprendeu a basear
suas convicções em princípios bíblicos, sabe ser justo.
3. Não foge dos problemas, nem
deles reclama, mas discerne os propósitos de Deus em cada um deles.
4. Não é agressivo em sua
maneira de tratar os outros, mesmo para com os que eventualmente o agridem.
Isso é obra do E. Santo em seu coração. Essa transformação não é rápida: em
algumas pessoas é mais lenta, enquanto que em outras é mais rápida.
5. O pacificador tem paz com
Deus e a paz de Deus em seu coração, e por isso procura promover a
paz dos homens com Deus e a paz dos homens entre si.
6. Para promover a paz entre os
homens não pode ser egoísta
Para se
tornar um pacificador:
1. Precisa aprender a controlar
seus pensamentos e atitudes.
2. Deve aprender como e o que
falar em cada situação.
3. Deve fazer morrer sua
natureza terrena, bem como os desejos da carne.
4. Deve ter aprendido a
perdoar, como a pedir perdão.
5. Deve estar prevenido e
disposto a sofrer arranhões quando se empenhar em promover a paz em algum
conflito.
2) Exemplos de Cristo:
· Jo 14.27 - “Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou; não vô-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize”.
· Lc 2.14: “Glória a Deus nas
maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem”.
· 1 Pe 2.21-23: “Para isso mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar,
deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado,
nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultrajado, não revidava
com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se aquele que
julga retamente”.
3) Exemplo de fiéis:
· José no Egito: Gn 455.5-8;
Abraão - Gn 13.8,9; Paulo: 2 Co
5.18-20.
4) Atitudes positivas nos pacificadores:
· Revelam amor cristão
genuíno;
· Alcançam paz interior;
· Tornam-se transparentes;
· Tem consciência livre de
culpa;
· Assumem responsabilidade
integral por seus atos e pensamentos.
5) Atitudes negativas em quem não tem espírito
pacificador:
· Atitude crítica - Rm 2.1
· Culpa - angústia interior:
Rm 7.15,17.
6) Auto exame:
· Considero-me um pacificador?
· Sei controlar meus
pensamentos e sentimentos numa situação que tem tudo para ser explosiva?
· Sei como falar em meio a
dificuldades?
· Tomo a iniciativa para
promover a paz entre as pessoas?
7) Bênçãos na vida de um pacificador:
· “Será chamado filho de Deus”
- isto é, será semelhante ao Pai. Do Pai a Bíblia diz: “Ele é o Deus de toda
paz” (Hb 13.20).
· “Felicidade” - pois Jesus
disse: “Bem-aventurados os pacificadores...”
8) Passos e decisões para me tornar um pacificador:
· Entregar minha vida ao
senhorio de Cristo para ter a paz de Deus e a paz com Deus.
· Renunciar ao diabo e a toda
raiz de amargura. Submeter-me a um processo de cura interior.
· Aprender a perdoar.
Aprendendo
a perdoar
1. Compreendendo como a
amargura se forma dentro de nós, ou seja, num processo de três estágios:
a) Sou agredido, rejeitado,
injustiçado. Isso provoca dor, tão logo me atinge.
b) Como administrar essa dor? A
primeira reação é “olho por olho”, ou engolir calado. Ambas as reações me
prejudicam interiormente.
c) Quando deixo “o sol se por
sobre minha ira” (Ef 4.27), a dor se transforma em ferida emocional, e daí
Satanás encontra uma brecha para me amarrar (2 Co 2.10,11).
2. Compreendendo as
conseqüências da amargura: (a) Físicas - Sl 32.3,4: enfermidades psicossomáticas: úlcera
nervosa, batimentos cardíacos, falta de ar, desmaios, dores generalizadas no
corpo, etc. (b) Conseqüências emocionais: choro, insônia, depressão, vontade de
morrer, desespero: “Não agüento mais”!!!
© Conseqüências espirituais: confusão espiritual - 1 Jo 2.11; entristece
o E. Santo; barreira para vida de oração - Mc 11.25; Não recebe perdão do Pai -
Mt 6.14,15; Dificuldade com Deus - Is
59.1,2.
3. Passos para perdoar:
a)
Aceitar Cristo como senhor e
Salvador. Sem Cristo não é possível - Gl 2.19,20.
b)
Assumir a responsabilidade
por nossa amargura - 1 Jo 3.15.
c)
Renunciar ao diabo que nos
instigou para a vingança - Tg 4.7-10.
d)
Buscar na graça de Deus revelada
em Cristo a força para crer no perdão de meus pecados, bem como a força para
declarar nosso perdão aos que nos magoaram.
e)
Declarar nosso perdão a
todos que nos feriram. Fazer isso não por emoção, mas em obediência ao que Deus
diz - Ef 4.31,32. Fazer isso mesmo que o ofensor não se arrependa. Jesus fez
assim.
f)
Esquecer, isto é, não ficar
mais remoendo o que perdoou. Remoer reabre as feridas que ainda não estão bem
cicatrizadas.
g)
Orar pelas pessoas a quem
perdoamos.
h)
Buscar o perdão do ofensor,
caso também tenhamos falhado para com ele.
Obs. 1. O perdão muitas vezes é
difícil quando não compreendemos o propósito de Deus ao Ele permitir
que determinada ofensa me atingisse.
2.
Não conseguiremos liberar o perdão sem antes nos arrependermos de nossa
mágoa contra o
ofensor.
A graça de Deus não flui num coração endurecido.
3. Quando abrimos mão do desejo de nos vingar, tudo
fica mais fácil. Rm 12.19.
Bem-aventuranças - 8
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é
o reino dos céus” - Mt 5.10
1) Explicação: O que é sofrer por
amor à justiça?
Para
responder a essa pergunta, temos que entender as cinco causas básicas pelas
quais os crentes sofrem:
a) Pelo
simples fato de sermos pecadores - Depois que Adão e Eva caíram em pecado,
Deus lhes disse: “Maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o
sustento durante os dias de tua vida”. Para a mulher Deus disse: “Em meio de
dores darás à luz filhos”. - Gn 3.16,17.
b) Sofremos por erros
cometidos e agora temos que arcar com as conseqüências: “Não sofra ninguém
como assassino, ou ladrão, ou malfeitor...” (1 Pe 4.15).
c) Sofremos
no processo de purificação de nosso “eu” - “Toda disciplina, com efeito, no
momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza” (Hb 12.11).
d) Muitos sofrem por
uma boa causa terrena - Ex.: Tiradentes sofreu o martírio, pois estava empenhado
em conseguir a independência do Brasil.
e) Sofrer
por amor à justiça - é quando sofremos perseguição, desprezo por querermos
viver de maneira correta e justa. Lemos em 2 Tm 3.12: “Todos quantos querem
viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.
Por
que são perseguidos os que querem viver retamente?
Jesus
disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me
odiaram a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como,
todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo
vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que
o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros;
guardaram-se a minha palavra, também guardarão a vossa” João 15.18-20. Paulo escreveu: “Porque vos foi concedida à graça de padecerdes por Cristo, e não
somente por crerdes nele” - Fp 1.29.
Além
do mais temos que nos lembrar que “a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes” - Ef
6.12. - Por trás de toda perseguição está o diabo o qual, não podendo mais
atacar Deus diretamente, procura atacá-lo perseguindo os filhos de Deus.
Os cristãos primitivos sofriam:
a) Na
vida familiar: (Lc 12.51-53) - Todos eram descrentes antes de o evangelho
ser pregado. Quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho, às vezes só o
marido se convertia, e outras vezes só a esposa, ou apenas os filhos. Os que se
convertiam eram perseguidos pelos descrentes da própria família.
b) Na vida social: eram
discriminados; não podiam participar de certas comemorações públicas.
c) Na
vida profissional: perdiam os empregos.
Falsas acusações contra os cristãos:
1. “Os
cristãos são uns canibais” - baseavam essa falsa acusação no fato de que os
cristãos, na Santa Ceia, comerem o corpo e beberem o sangue de Cristo.
2. “Os
cristãos praticam orgias sexuais” - concluíam isso da pregação cristã que
exortava a todos a praticarem o amor “ágape” (amor sacrificial).
3. “Os
cristãos são uns incendiários” - Concluíam isso das pregações cristãs de
que o mundo vai terminar por fogo. Por isso quando Nero colocou fogo na cidade
de Roma, o rei não teve dificuldade em jogar a culpa nos cristãos.
4. “Os
cristãos dividem as famílias” - Muitos cônjuges descrentes não queriam mais
viver com a parte crente. A culpa da separação foi lançada sobre a parte
crente, quando na realidade foram os descrentes que decidiram romper o
casamento. (1 Co 7.10-15).
Causa real da perseguição a Cristo e aos cristãos
Os
judeus não suportavam a perfeição da presença de Jesus. Eles eram
constantemente condenados por Jesus, o Justo. Não tinham coragem para enfrentar
honestamente suas palavras e nem aceitar a avaliação que Ele fizera do próprio
homem. Então o odiavam. Jesus mesmo, antes de sua morte, disse que da mesma
forma como Ele era odiado, também os seus discípulos o seriam.
Nós
podemos compreender os judeus pela nossa maneira de reagir quando alguém nos
chama a atenção para uma área de nossa vida que está falha. Facilmente nos
irritamos com a exortação. Também por isso os profetas foram perseguidos e
mortos, pois Deus os levantava para denunciar os pecados.
É
bem provável que você nunca tenha sofrido fisicamente por causa da justiça ou
pelo nome de Cristo. Mas talvez já tenha sido perseguido de outras maneiras.
Abaixo há algumas possíveis situações nas quais você pode ter sido perseguido.
Identifique-as:
1. Ridicularizado
na escola por ter dado o seu testemunho.
2. Rejeitado
por seu grupo no trabalho ou na escola.
3. Mal
interpretado por seus colegas por haver tomado certa atitude ou posição.
4. Perdeu
o seu emprego em conseqüência do seu testemunho.
5. Insultado
ou ameaçado na escola, em casa ou no emprego por causa de sua fé em Cristo.
6. Desprezado
por querer ser honesto, sincero.
7. Tentado
a abaixar o seu padrão moral para conformar-se ao grupo ou agradar outrem.
8. Esposa
crente que ouve de seu marido descrente: “Escolhe: ou eu ou a igreja”.
Como enfrentar a perseguição?
Todo cristão deve se lembrar das
palavras de Jesus: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem
e vos perseguirem, e mentindo, disserem todo mal contra vós”
- Mt 5.11.
Baseado nessas palavras e na
história da igreja temos que entender
que durante a vida toda
seremos:
mal
entendidos acusados falsamente objeto de mexericos reprovados
rejeitados condenados criticados defraudados
motivo
de ressentimentos alvo de mentiras contrariados alvo de calúnias.
Como
crente preciso determinar porque razão estas cousas acontecerão comigo.
Seja: 1) Porque a maior parte é verdade.
As minhas atitudes, reações, palavras e ações justificam tal tratamento.
Ou:
2) Não é verdade: A minha
consciência está limpa; tenho perdoado os outros, meu coração está puro e
o
fruto do E.Santo está sendo manifestado através de mim.
Se as acusações e
incompreensões são por causa de uma vida de justiça, tenha isso como um
privilégio de
compartilhar do mesmo tipo de
sofrimento que Cristo sofreu - porque
ele não estava errado!!!
2) Exemplos de Cristo:
·
Mt 9.34 e 12.24: Jesus foi acusado de expulsar
demônios pelo poder de Belzebu.
·
Lc 16.14 “Os fariseus, que eram avarentos,
ouviam tudo isso e o ridicularizavam”.
·
Lc 23.63-65: Os soldados batiam e
ridicularizavam Jesus.
3) Exemplos de fieis:
·
Dn 6: Daniel foi jogado na cova dos leões por se
negar a deixar de orar ao Deus Criador.
·
Dn 3: Sadraque, Mesaque e Abed -Nego foram
jogados na fornalha de fogo ardente por se negarem a adorar a estátua erguida em honra de
Nabucodonosor.
·
Hb 11.33-38: relação de fiéis do Velho
Testamento perseguidos por amor a justiça.
4) Atitudes positivas nos que sofrem por
amor à justiça:
·
Ousadia no testemunho - recebem muita intrepidez
para falar de Cristo: Êx 4.12; Mt 10.19.
·
Um galardão especial no céu.
·
Amor, coragem.
5) Atitudes negativas nos que não querem
sofrer por amor à justiça:
·
Espírito de medo - 2 Tm 1.7; Mt 10.28.
·
Perda do poder da vontade - Rm 7.18.
·
Comprometimento - Gl 1.10; Mt 10.32,33.
·
Medo do próximo - 1 Jo 4.18.
6) Auto exame:
·
Quando estão falando mal de alguém ausente,
procuro “falar a favor do mudo” ou faço coro com a turma para não me indispor?
·
Quando vejo um irmão em pecado, vou exortá-lo a
sós ou prefiro me calar para não me incomodar?
·
Com receio de que gozem da minha cara fico
quieto quando Jesus é atacado ou criticado?
·
Estou disposto a perder o meu emprego caso me
pedirem para fazer algo que comprometa a minha consciência diante de Deus?
7) Bênçãos na vida de quem sofre por amor a
justiça:
·
Galardão especial nos céus. - Mt 5.12.
·
Consegue discernir os problemas que os
perseguidores tem.
·
Deus usa o perseguido para trazer convicção para
a vida dos perseguidores.
·
Liberdade para cooperar com Deus pela maneira
como Ele quer usar a vida do perseguido.
·
Alegria em poder ser confortado por Jesus como
Paulo foi confortado:
Na noite
seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: coragem! Pois do modo porque
deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças
em Roma. - Atos 23.11.
8) Passos para me tornar um sofredor por
amor a justiça:
1. Desenvolver humildade.
2. Aprender a chorar o pecado:
meu e dos que estão ao meu redor.
3. Desenvolver mansidão -
renúncia de direitos.
4. Ter fome e sede de justiça.
5. Tornar-me misericordioso.
6. Ter um coração limpo.
7. Tornar-me um pacificador.
Enfim,
o que podemos ver é que Cristo seguiu uma ordem lógica ao ensinar as
bem-aventuranças. Para ser capaz de sofrer por amor à justiça (sofrer até o
martírio por causa do nome de Cristo), é necessário ter certa estrutura de
caráter cristão, para não vacilar diante das perseguições.
Quando
diariamente carregamos nossa cruz, permitindo que nosso “eu” seja destronado e
a pessoa e obra de Cristo ser entronizada, ser o centro de nossa vida, seremos
capazes de fazer o que Estevão fez no dia em que foi morto por apedrejamento:
teve forças e graça suficiente para interceder por aqueles que o apedrejavam.
Este é o sentido das palavras de Paulo: “Vos
foi concedida à graça de padecerdes por Cristo, e não somente de crerdes nele”
(Fp 1.29).
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Fontes: “A verdadeira felicidade” – Jayme Kemp – Editora
Sepal
“Conflitos da Vida” – Larry Coy
Pr. Valni Borges –
E-mail: pr.valni@hotmail.com
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