Perseguição religiosa: Sudão determina imediata retirada de cristãos do país
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, determinou a retirada
total dos cristãos do país até o dia 9 de abril, em uma intensificação
da perseguição religiosa aos grupos minoritários cristãos na região.
O chefe de estado sudanês vem empreendendo, há décadas, perseguições a
cristãos e minorias religiosas em todo o país e particularmente nas
fronteiras com o Sudão do Sul.
O país recebeu a emancipação em 2011, e desde então, al-Bashir decretou a
sharia – lei da islamização absoluta – em todo território. Segundo sua
política, o país deveria tornar-se uma nação de “uma só língua, uma só
cultura e uma só religião” e os sudaneses cristãos deveriam deixar o
território
.
O pastor Mário Freitas, presidente da Missão em Apoio à Igreja Sofredora
(MAIS), diretamente do Sudão, falou sobre o grande problema enfrentado
pelos cristãos ameaçados, que é a falta de perspectiva.
De acordo com Freitas, que está no local desde 3 de abril, os líderes
religiosos sudaneses estão tentando encontrar a linha emocional a seguir
entre a fé e o desespero.
“Na verdade, ninguém sabe como serão os próximos dias. Não sabem se os
filhos poderão seguir normalmente na escola. Não sabem se as esposas
estarão em segurança nas ruas e nos mercados. Não sabem como e onde
estarão os irmãos de fé”, conta o missionário.
Freitas explica que há grandes dificuldades no processo migratório,
entre outras coisas, por causa da alta nos preços do território ao sul.
“Há muitos estrangeiros, funcionários de organizações humanitárias,
diplomatas e negociantes, o que também inflaciona os preços. Se todos
vão para o mesmo lugar, é natural que se gere concorrência naquele
destino.”
Outro fator para a retirada é que os sudaneses cristãos possuem vínculos
afetivos com o Sudão. “ Os cristãos pertencem etnicamente ao sul, por
serem filhos de tribos daquela região, mas nasceram e cresceram no
norte. Têm uma vida aqui em Khartoum. É aqui que seus sonhos foram
gestados, aqui estudaram, aqui conheceram seus cônjuges. Não querem sair
de casa porque estão em casa”, explicou. “Além disso, não seriam mais
aceitos naquele território”.
Há ainda uma questão étnica, pois os sudaneses do norte têm ascendência
árabe, enquanto os do sul têm origem nas raças tribais negras. “Estes
são muçulmanos convertidos ao cristianismo, o que por si só, já é um
crime mortal”.
Segundo o pastor Freitas, nas ruas de Khartoum, capital do Sudão, há uma
tensão com relação aos cristãos e uma intensa perseguição moral a eles,
que não conseguem empregos e assim não possuem os meios para sua
subsistência.
Sobre a perspectiva do dia 8, próximo domingo, Freitas explica que os
pastores e cristãos locais não conseguem fazer grandes predições. “Eles
não sabem o que esperar. Mas têm muita fé”, assegura. “Eles simplesmente
esperam e esperam. Aguardam passivamente, mas não vão deixar sua
terra”, garante.
Um dos pastores locais, quando perguntado se temia a morte afirmou: “eu
não tenho medo de morrer. Eu já morri". Para Freitas eles “são heróis e
nos encorajam diante de nossos míseros problemas. Eles sabem que Deus
lhes será por juíz”.
Genocídio de cristãos
O presidente Omar al-Bahsir já foi indiciado pelo Tribunal Penal
Internacional de Haia e tem contra si três acusações de genocídio.
A violência, porém, continua. No estado de Kordofan do Sul, ainda há
bombardeios aéreos, assassinatos seletivos, sequestros de crianças e
outras atrocidades contra cristãos.
Relatórios da ONU indicam que entre 53 mil e 75 mil civis inocentes
foram expulsos de seus lares no território sudanês, e casas e edifícios
foram incendiados.
Então,vos hão de entregar para serdes
atormentados e matar-vos ão ,e sereis odiados de todas as gentes por
causa de meu nome,mateus 24:9.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe uma mensagens, se gostou das postagens.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.