INTRODUÇÃO: Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma verdade bíblica e experiencial (Jo. 16.33). Estudaremos, esta semana que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.
1. AS AFLIÇÕES DA VIDA: Conforme estudamos anteriormente, muitas são aflições do justo (Sl. 34.19). As pessoas podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os próprios entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é considerada uma das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência, desde a antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a essa está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas (Jó. 4.13,14). Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições o crente reage de formas diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Como princípio, diante da aflição, o cristão tem em Jesus o exemplo maior (Is. 53). Mas as aflições dos antigos também inspira a fé dos cristãos (Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). As aflições de um cristão têm caráter comunitário, pelo menos deveriam ter, se um sofre, todos deveriam sofrer juntos (I Co. 12.26). As pessoas são afligidas por razões diversas: opressão política, social e econômica (Lc. 16.19; At. 12.1; Hb. 10.34; Tg. 2.6). Cristo é o maior exemplo de aflições, Ele tinha consciência da Sua missão (Mc. 10.33). Ele padeceu e foi obediente até a morte (Fp. 2.8). Muitas igrejas atuais não se lembram da mensagem da cruz, isso porque ela continua sendo escândalo (I Co. 1.8), ninguém quer ser fraco ou perdedor (Mc. 8.32,33). Jesus sabe o que é padecer, na cruz Ele passou pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Mas por Sua morte Ele retirou os pecados daqueles que creem (Hb. 2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). Os crentes não são salvos por meio das aflições, mas essas os identifica com o próprio Cristo (Jo. 15.20; II Co. 4.8; Fp. 3.10).
2. AS AFLIÇÕES NA VIDA DE PAULO: Paulo tinha consciência da identificação dos sofrimentos dos crentes com o de Cristo (II Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, não podemos nos desesperar, nem pensarmos que estamos desamparados (II Co. 4.10), pois a vida nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9). Até mesmo quando pensamos que estamos fracos, seja na doença ou perseguição, a graça de Deus superabunda (II Co. 12.9). Na medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos alegramos na bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Os cristãos, assim como fez o Cristo, devem se identificar não com os ricos deste mundo, mas com os fracos e necessitados (I Ts. 1.6). As motivações para estar na igreja são as mais diversas, face ao status do movimento cristão, muitos aderem às igrejas na busca por fama e riqueza. O objetivo central para a vida cristã é servir a Deus e ao próximo, por isso, o sofrimento é decorrente dessa decisão (Mc. 10.45). O mundo é contra Deus e o Seu Cristo, por essa razão os cristãos estão no mundo, como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente disso, Jesus destacou que o apóstolo saberia o que significava sofrer por amor a Ele (At. 9.15). Seguir a Cristo significa não completar a salvação, mas Sua carreira e ministério (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co. 6.4). Muitos foram os seus sofrimentos (II Co. 11.23), e, como ele, devemos suportar tais condições (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e adversidades (II Tm. 1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à presença de governadores e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt. 10.17; Fm. 1.13), sendo açoitado com varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo segue seus padrões e valores, e deseja que todos sejam iguais, que andam sob seus princípios. Mas os cristãos, por optarem pela diferença, também passam por aflições (Jo. 15.18-20).
3. ESPERANÇA, APESAR DAS AFLIÇÕES: As aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois a sabedoria de Deus se revela no crucificado (I Co. 1.18), é através dessa loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29), bem-aventurados (Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14), por isso, apesar das aflições, nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), até mesmo nas fraquezas (II Co. 12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a esperança (II Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, mas nunca desanimados (II Co. 1.8), pois Deus nos consola nas aflições (II Co. 1.4). As aflições do tempo presente apontam para a dimensão escatológica, para o peso de glória que está reservada aos cristãos (Rm. 8.18). Para os adeptos do triunfalismo de Corinto (I Co. 4.8), Paulo destaca que Deus colocou os apóstolos como condenados à morte (I Co. 4.11,12). Somente na dimensão escatológica passaremos pela transformação do corpo (Rm. 8.22), na expectação pelos tabernáculos eternos (II Co. 5.4). Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda lágrima, já não haverá mais morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap. 21.4). Enquanto estivermos neste corpo, não podemos desfrutar plenamente das glórias futuras, pois a morte, a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26), ainda não foi totalmente derrotada (II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às pessoas (Ap. 2.10). Apesar das aflições, o cristão não se entristece, pois o Espírito Santo produz nele a alegria (I Ts. 1.6; 5.16; Gl. 5.22). Para vencer as aflições da vida é preciso ter paciência, para tanto, devemos apelar ao Deus da paciência (Rm. 15.5), que fortalece para toda paciência e persistência (Rm. 12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).
CONCLUSÃO: Os que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo das Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo, e esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24), na convicção de que nada, absolutamente nada, nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.35). Como Corpo de Cristo, precisamos aprender a exercitar a solidariedade em meio às aflições (Rm. 12.4, 15; I Co. 12.12,26). Ao invés de impor julgamentos sobre os outros, devemos antes carregar o fardo uns dos outros, em amor (Gl. 6.2,10; I Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). Em todas as situações da vida, na fartura ou necessidade, tudo podemos, nAquele que nos fortalece (Fp. 4.12).
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