Satanismo é a adoração de Satanás e o uso da feitiçaria com intenções malignas. Hoje, grande parte das pessoas que pertencem ao movimento satanista declaram-se neopagãos. Na cosmovisão dos neopagãos, os cristãos distorcem o desenvolvimento da humanidade ao enfatizar o domínio do intelecto sobre outros aspectos da psiquê humana. Os neopagãos afirmam que os seres humanos devem viver em harmonia com a natureza e não subordinar vontade e emoções a Deus.
Para os neopagãos, a religião é uma atividade prática realizada mediante rituais e cerimônias para alinhar os participantes com a ordem cósmica e assim liberar o poder místico que existe dentro deles.
As raízes do movimento neopagão estão no romantismo do século 19 e no desejo de exaltar as emoções e sentimentos acima do intelecto. O poeta William Blake e o escritor Alphonse Louis Constant [1810-1875], também conhecido por Eliphas Levi, são considerados pelos neopagãos como expoentes modernos do movimento. Mas não param aí. Também incluem a fundação da Ordem da Aurora Dourada (Golden Dawn), em 1888, na Inglaterra, o poeta W. B. Yeats e o mago negro Aleister Crowley. Esta lista foi crescendo e incluiu Margaret Murray, que disse ter descoberto evidências de uma religião de bruxaria na Inglaterra anterior à Reforma protestante, e Gerald Gardiner, dono de um museu da bruxaria na ilha de Man. A maioria dos grupos de feitiçaria ritual acham suas origens nessas fontes e na crença comum de que são herdeiros de tradições religiosas milenares.
E a Bíblia, o que diz disso?
Tecnicamente, o feiticeiro seria uma pessoa possuidora de conhecimentos sobrenaturais, sob a forma de bruxaria ou magia. Serve-se de poções, cuja eficácia depende de palavras mágicas, proferidas segundo determinados rituais, já que acredita estar investido de forças sobrenaturais, adquiridas por meio da comunicação com os espíritos dos mortos [Is 8.19]. Já a palavra mago, empregada na Bíblia, é tradução grega [magoi] do hebraico hartom, e refere-se à pessoa que pertence a classe dos escribas sagrados, peritos na escrita e possuidor de vastos conhecimentos [Dn 1.20], inclusive ocultos. No Egito, dois magos chamados Janes e Jambres [2 Tm 3.8] se opuseram a Moisés. Os feiticeiros e magos existiram também na Babilônia, Síria e outros países pagãos.
A Bíblia considera as práticas de idolatria, feitiçaria e magia atividades relacionadas às forças satânicas.
"Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor, e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fora de diante dele. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa". [Deuteronômio 18.10-14]
"Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei". [1Samuel 15.23].
E a atividade satânica no Antigo Testamento é apresentada como uma força oposta a Deus e aos Seus seres intermediários pessoais, os malakim [anjos]. No Novo Testamento, juntamente com a expressão grega daimon [demônio], a presença de demônios é descrita como sinônimo de espírito imundo [akatharton - Mc 1.24-27; 5.2-3; 7.26; 9.25; At 5.16; 8.7; Ap 16.13] e também espíritos malignos [ponera - At 19.12-16]. A maioria das referências descrevem a atividade desses espíritos ou demônios, em especial a possessão.
Na Bíblia nunca se faz menção do feiticeiro a não ser em conexão com os demônios familiares, porque pertencem a mesma classe dos que invocam os espíritos dos mortos.
Os cananeus consultavam feiticeiros [Dt 18.9-12], assim como os egípcios [Is 19.3], mas ao hebreu fazer tal coisa era uma desonra, significando pecado de apostasia [Lv 19.31; 20.6; Is 8.19]. O pecado de feitiçaria era punido com a morte [Lv 20.27]. Saul e depois dele o rei Josias deram execução a esta lei [1Sm 28.3, 9; 2Rs 23.24]. Porém Manassés a violou vergonhosamente [2Rs 21.6].
Simão, o mago, e Barjesus [Elimas] foram dois célebres magos na história apostólica [At 8.9, 11; 13.6,8].
Cristo é o Libertador!
Devemos levar em conta que muita coisa que era considerada possessão demoníaca no primeiro século, hoje é entendida corretamente como enfermidade psicológica. Mas, o aumento das atividades ligadas à prática da idolatria, feitiçaria e ocultismo, assim como a aceitação da existência e adoração de Satanás [o adversário], devem fazer com que fiquemos alertas quanto aos perigos do Satanismo.
Nós, evangélicos pregamos que a libertação da sujeição aos demônios envolve a confissão de fé do indivíduo em Cristo como Senhor e Salvador, a confissão e o arrependimento por seu envolvimento com a prática da idolatria, feitiçaria e ocultismo e o recebimento da libertação que se pode achar em Cristo. É importante entender que "a ênfase dada à libertação da possessão através do poder operante de Jesus Cristo deve ser coerente com os ensinamentos do Novo Testamento e não refletir, de modo algum, os abusos e superstições associados com a Idade Média" [S. E. McClelland, Demônio e possessão demoníaca, in Walter A Elwell, Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã, SP, EVN, 1993, pp.405-408].
"Tornou pois Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão [o diabo] não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido" [João 10.7-14].
Bibliografia Mínima Recomendada
- Norman L. Geisler, Philosophy of Religion, Grand Rapids, Zondervan, 1979.
- Harris, Archer Jr., Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, SP, EVN, 1998.
- Russell Shedd e Alan Pieratt, Imortalidade, SP, EVN, 1992.
- Walter A Elwell, Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã, SP, EVN, 1993.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe uma mensagens, se gostou das postagens.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.